sexta-feira, 3 de junho de 2011

Viana: Floresta não é problema, é solução

Nomeado nesta semana como relator do Código Florestal, o senador Jorge Viana (PT-AC) tem na sua história política a proximidade com questões ambientais. Amigo do líder seringueiro Chico Mendes e da ex-ministra Marina Silva, Viana foi governador do Acre por dois mandatos e procurou sempre vender a ideia de uma economia verde. É com este histórico que ele pretende atuar na discussão do projeto que tem oposto ruralistas e ambientalistas no país.

Em entrevista exclusiva ao estadão.com.br, o senador diz que seu trabalho será para reparar o tom das discussões na Câmara. "A floresta não pode ser vista como um problema. A floresta é a solução, é uma vantagem econômica". Viana promete buscar entendimento com a bancada ruralista para resolver a situação de áreas rurais que estão sob insegurança jurídica, mas deixa claro que não pretende manter no texto qualquer brecha para anistia a quem fez desmatamento ilegal.

Como o senhor pretende trabalhar para chegar ao seu relatório sobre o Código Florestal?

Esse tema é da maior importância, é um marco regulatório. O Brasil é um país tropical, que tem a maior área de floresta tropical do mundo. Somando os diferentes biomas a gente chega a quase meio bilhão de hectares. Nós temos 20% da água doce do planeta. Mesmo sendo um país com esses números, o Brasil participa com apenas 4% do PIB vinculado a florestas no mundo.

Ou seja, o Brasil ainda não começou a trabalhar economicamente as florestas, não podemos trabalhar a reforma do código florestal sem entender que floresta é a vantagem comparativa que o Brasil tem. O Brasil tem o privilégio de ter acima do solo um potencial econômico em que trabalhamos muito pouco.

A linha que o senhor pretende trabalhar é que a floresta deve ser vista como uma vantagem e não como um problema?

Eu acho que tem um reparo a ser feito nessa discussão do código florestal. A floresta não pode ser visto como um problema. A floresta é a solução, é uma vantagem econômica. Para ser objetivo, pragmático, a discussão de cada dez anos sobre código florestal está muito mais vinculada em encontrar uma maneira de resolver passivo do que qualquer outra coisa. Isso tem que ser encarado como uma realidade.

E como se resolve esse passivo?

Tem uma insegurança jurídica nas propriedades pequenas, médias e grandes em razão das alterações que a legislação ambiental sofreu nos últimos anos. Isso tem que ser resolvido. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Estes produtos não podem viver numa insegurança jurídica por conta do lugar em que são produzidos.

Temos que encontrar uma maneira de dar segurança jurídica para os proprietários, estender a mão para eles através de uma lei bem feita, objetiva, para que quem queira sair da ilegalidade possa vir para a legalidade. Tudo isso tem de ser feito sem anistia para desmatadores e sem que você comprometa as APPs (Áreas de Preservação Permanente) futuramente. O código tem 69 artigos, já tem boa base de entendimento, seja do governo, do Congresso e dos diferentes setores da sociedade e tem uns pontos que merecem atenção. Em vez de começar do zero, temos que começar pelos pontos que podem aperfeiçoar a proposta.

O senhor já conseguiu mapear que pontos necessitam de mudança?

Não estou querendo entrar ainda nas discussões de mérito, mas eu ouvi dos senadores Waldemir Moka (PMDB-MT), Luiz Henrique (PMDB-SC) e Blairo Maggi (PR-MT) dizendo que para os produtores rurais a proposta votada pela Câmara é muito melhor do que aquela de 2010. Eles reconhecem que os produtores rurais ganharam muito com o código e eles reconhecem que temos de fazer um ajuste para que o meio ambiente não saia perdendo.

O ponto central é este, se o meio ambiente perde os produtores vão perder, os produtos brasileiros vão perder segurança no mercado internacional, vão sofrer boicote. Então, até em defesa da agropecuária brasileira temos de fazer um trabalho de cuidar do meio ambiente, especialmente das áreas de APPs e reserva legal.

É fundamental que o Brasil continue avançando no sentido de ganhar o respeito dos brasileiros e do mundo inteiro por fazer leis ambientais rígidas, com compromisso com as gerações atuais e futuras. O Brasil não pode trocar este espaço que ocupou para se tornar um país que está modificando a legislação deixando uma insegurança para o meio ambiente e as riquezas ambientais que nós temos.

Seria uma temeridade fazer isso. Eu acredito no entendimento, não são mais de cinco ou seis pontos, todos eles vinculados a gente não fazer anistia, não passar a mão na cabeça daqueles que fizeram o desmatamento de forma proposital, separando estes dos que estão em situação irregular porque a lei mudou. Nós precisamos também separar a agricultura familiar, estes produtores não podem ficar sem um tratamento diferenciado, tendo em vista que a atividade deles é de baixo impacto ambiental.

O relator na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), insistia que não havia anistia no projeto. O senhor enxerga diferente o texto aprovado na Câmara?

Eu estive com o deputado Aldo. Ele fez um trabalho de dois anos, andou o Brasil inteiro. Este trabalho tem que ser respeitado, mas houve um acirramento muito grande, o debate ficou acalorado demais e de certa forma na reta final da votação o próprio deputado Aldo me dizia que algumas propostas que dariam uma clareza ao texto ficaram fora. Algumas propostas que poderiam deixar o texto melhor posicionado em relação a APPs e reserva legal não ficaram claros porque houve acirramento. Uma das questões é que quando você fala de APPs, no jeito que o texto está, ficam dúvidas se pode ou não desenvolver novas atividades econômicas em área de APP. Para muitos técnicos, especialistas e juristas o texto permite, isso significa que você pode estimular novas atividades econômicas em APPs.

Permitir novas atividades econômicas seria dar permissão para desmatar?

O texto deixa dúvidas se você pode fazer a substituição ou desmate em floresta nativa e partir para novas atividades econômicas em áreas de APP. O Congresso tem uma responsabilidade e acredito que vamos conseguir avançar é que não podemos passar a mão na cabeça daqueles que desmataram fora da lei em detrimento de quem agiu dentro da lei. Não é uma coisa ou outra. A lei tem que criar condições para que as pessoas possam fazer a regularização ambiental a partir de um compromisso de recomposição do que foi danificado. A lei já avançou muito.

Na Câmara, houve um acirramento. O que impede que isso se repita no Senado?

Houve certo desencontro, até mesmo com a chegada do governo no tema, que deu uma importante contribuição. A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) ajudou bastante, o deputado Aldo reconhece, mas houve um excessivo acirramento que eu espero que aqui no Senado a gente tenha um excesso de entendimento. Temos que discutir melhor o tema das cidades porque elas são hoje a expressão do que significa você destruir áreas de APP.

Nas cidades, nenhum córrego foi canalizado, nenhuma encosta deixou de ser ocupada e estamos pagando o preço com vidas humanas. Se isso não for equalizado, nós vamos continuar contando os mortos. Vamos ouvir climatologistas, comunidade cientifica, pessoas do agronegócio e dar tratamento privilegiado àqueles da produção familiar. Vamos ouvir também os ex-ministros do Meio Ambiente, discutir com pessoas da agricultura.

O senhor tem uma história de parceria com a ex-ministra Marina Silva. Como ela pode ajudar nesse debate?

Ela está ajudando quando ela faz os alertas, apresenta ideias e propostas, com a experiência de vida que ela tem, uma experiência exemplar, como a experiência de ministério que ela tem. Ela conseguiu grandes avanços junto com o ex-ministro Carlos Minc. Mas eu não vou me prender só a ela.

Uma pessoa que eu tenho ótima relação é o José Carlos Carvalho, ligado ao PSDB, que foi ministro e ex-secretário em Minas Gerais, o ex-ministro Rubens Ricupero, todos os que passaram ajudaram a construir essa credibilidade que o Brasil construiu depois do descrédito dos anos 80. Este é um patrimônio nosso. Não podemos deixar isso. Se o equilíbrio for encontrado, o agronegócio vai ganhar e o meio ambiente não vai perder.

Na Câmara, PT e PMDB se dividiram na questão do código. Agora, o senhor relata o tema na Comissão de Meio Ambiente e o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) vai relatar em outras duas. Como evitar um novo conflito?

Já tive boas conversas com senador Luiz Henrique e outras lideranças do PMDB. Aqui no Senado não tem clima para acontecer o desencontro que houve dentro da base do governo entre PT e PMDB. Ao contrário, a gente quer ver se trabalhar junto. Obviamente que uns defendem mais um lado, outros defendem mais o outro, mas todos nós defendemos o entendimento.

Fonte: Midia News

Famílias receberão pagamento por preservação florestal

Tirar a população da situação de extrema pobreza e proteger o meio ambiente. É isso que o Governo Federal vai fazer com a criação do Programa de Apoio à Conservação Ambiental (Bolsa Verde), iniciativa que vai pagar R$ 300, a cada trimestre, pelos serviços de proteção do meio ambiente. A meta é atender mais de 76 mil famílias, em 2014.

O Bolsa Verde faz parte do Plano Brasil Sem Miséria, lançado nesta quinta-feira (02/06), pela presidenta Dilma Rousseff, em Brasília. Com a meta de retirar 16,2 milhões de brasileiros da situação de extrema pobreza, com transferência de renda, acesso a serviços públicos, nas áreas de educação, saúde, assistência social, saneamento e energia elétrica e inclusão produtiva.

Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o Bolsa Verde é o incentivo à conservação dos ecossistemas brasileiros. Além disso, o programa promove a cidadania de quem vive na floresta e melhora a condição de vida dessas famílias que vivem em situação de extrema pobreza. O valor será transferido por meio do cartão do Bolsa Família

Atividades sustentáveis
De acordo com o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Roberto Vizentin do MMA, o Bolsa Verde pretende conciliar a manutenção da floresta em pé com a renda das famílias que protegem o meio ambiente.

"Essa população depende mais da manutenção dos recursos naturais para as necessidades básicas e prover renda. A atividade ilegal resolve temporariamente mas depois acaba e essas pessoas não terão de onde tirar renda. Por isso, é preciso evitar que se acabe com o bem natural", explicou.

Proteção de Áreas de Preservação Permanente, extrativismo com base em boas práticas e pesca com manejo adequado são algumas das atividades de preservação ambiental que serão contempladas pelo Bolsa Verde. O Governo Federal vai definir ainda este mês os serviços ambientais que receberão pagamento do programa.

"O programa é um incentivo para a preservação. Isso não impede de se fazer o roçado, plantar mandioca, milho, desde que seja sustentável", disse Vizentin.

As atividades de proteção ambiental podem ser desenvolvidas em florestas nacionais, reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável, além de projetos de assentamento florestal, de desenvolvimento sustentável e de assentamentos extrativistas do Incra.

Para participar do Bolsa Verde, é preciso que o responsável pela família beneficiada se cadastre no Programa de Apoio à Conservação Ambiental, mantido pelo Ministério do Meio Ambiente. O Governo Federal vai até as famílias para incluí-las nos programas de erradicação da pobreza extrema.

O comitê do Bolsa Verde terá a participação de membros das três esferas de governo, de movimentos sociais e extrativistas, com a coordenação do MMA. Ainda neste mês, serão criados o cadastro da população que se enquadra no programa e a regulamentação das atividades de proteção ambiental.

Para Vizentin, as experiências do MMA mostram que a participação de movimentos sociais é importante para que o Bolsa Verde chegue ao público do programa.

Os serviços ambientais prestados pelas famílias que vivem na floresta são inúmeros e atinge toda a população. A criação e manutenção de unidades de conservação impediu a emissão de 2,8 bilhões de toneladas de carbono, 9% da água captada de consumo humano são de Unidade de Conservação.

Brasil Sem Miséria
O Brasil Sem Miséria é direcionado aos brasileiros que vivem em lares cuja renda familiar é de até R$ 70 por pessoa. Do público alvo, 59% estão no Nordeste, 40% têm até 14 anos e 47% vivem na área rural.

Brasil Sem Miséria vai localizar as famílias extremamente pobres e incluí-las de forma integrada nos mais diversos programas de acordo com as suas necessidades. Para isso, o governo seguirá os mapas de extrema pobreza produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

http://www.brasilsemmiseria.gov.br/

Os números do Brasil sem Miséria
Retirar 16,2 milhões da extrema pobreza
Renda familiar de até R$ 70 por pessoa
59% do público alvo está no Nordeste, 40% tem até 14 anos e 47% vivem na área rural
Qualificar 1,7 milhão de pessoas entre 18 e 65 anos
Capacitar e fortalecer a participação na coleta seletiva de 60 mil catadores até 2014
Viabilizar a infraestrutura para 280 mil catadores e incrementar 100 redes de comercialização
Aumentar em quatro vezes, elevando para 255 mil, o número de agricultores familiares, em situação de extrema pobreza, atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Equipe de 11 técnicos para cada mil famílias de agricultores
Fomento semestral de R$ 2,4 mil por família, durante dois anos, para apoiar a produção e a comercialização excedente dos alimentos
253 mil famílias receberão sementes e insumos
600 mil famílias terão cisternas para produção
257 mil receberão energia elétrica
Construir cisternas para 750 mil famílias nos próximos dois anos e meio
Implantação de sistemas complementares e coletivos de abastecimento para 272 mil famílias
Bolsa Verde: R$ 300 para preservação ambiental
Bolsa Família incluirá 800 mil
Mais 1,3 milhão de crianças e adolescentes incluídos no Bolsa Família

Fonte: Ambiente Já

Senado pode votar Código Florestal em 45 dias, diz Kátia Abreu

A presidenta da Confederação Nacional da Agricultura(CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), afirmou hoje (2) que o Senado tem condições de votar o Código Florestal dentro de 45 dias, antes do recesso do Legislativo. Ela criticou o prazo estimado pelo governo de estender por 180 dias a discussão na Casa Legislativa.

“Eu acho lamentável 180 dias, não tem necessidade disso. Mesmo porque o Senado começou a debater o assunto antes da matéria chegar. A grande maioria dos senadores está ciente do que está acontecendo. Nós gostaríamos muito de votar antes do recesso [de julho], se o Senado compreender nossa situação, nossa angústia e o desespero no campo. Eu já vi votarem coisas em três dias no Congresso Nacional de muito menos interesse do que isso.”

Kátia Abreu defendeu que a tramitação do Código Florestal termine na Comissão de Agricultura e não na de Meio Ambiente, conforme quer o governo. Ela alegou que já existe acordo nesse sentido. “O presidente do Senado é José Sarney. Ele é do PMDB e escolheu como a última comissão, onde está a relatoria de seu partido.”

A senadora foi homenageada hoje durante entrega do prêmio Destaques A Lavoura 2010, na sede da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), no Rio.

Fonte: Jornal do Brasil

Código Florestal: Avanço ou retrocesso?

Estudo divulgado pela Universidade de São Paulo (USP) indica que caso o texto do novo Código Florestal, seja aprovado no Senado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff, as mudanças nas regras de preservação de mata nativa vão permitir que cerca de 22 milhões de hectares sejam derrubados dentro da lei. “Se aprovado o novo Código Florestal permitirá o desmatamento da mata nativa em área equivalente ao Estado do Paraná”, revela o estudo. Os cálculos foram feitos pelo professor Gerd Sparovek, do Departamento de Solos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, com base no texto do relator Aldo Rebelo (PC do B-SP) e na emenda 164, aprovados na Câmara no final de maio. A conta leva em consideração a dispensa de recuperação da reserva legal, que é a área, dentro das propriedades rurais, que deve ser mantida com vegetação nativa e varia de 20% a 80% das terras.

Retrocesso

Para a engenheira agrônoma, Ana Lúcia Hanisch, extencionista e pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a aprovação do novo Código, do ponto de vista científico, é um grande retrocesso. “Não existe base científica nenhuma, é um desrespeito ao futuro do País e aos compromissos internacionais que assumimos.” Segundo ela, a aprovação na Câmara dos Deputados foi um jogo de poder entre a bancada governista e a oposição. “Esperávamos um pouco mais de bom senso para com o meio ambiente”. Ana Lúcia comenta que muitos parlamentares levaram em conta os problemas agropecuários de seus Estados. “Porém, a forma como foi criado fez com que os pequenos proprietários, contribuíssem, de certa forma, para beneficiar os grandes produtores e pessoas que não dependem da agricultura”, explica. Ela concorda que a agricultura familiar deveria se tratada de maneira diferenciada. “Mas isso não aconteceu. O novo Código vai comprometer de forma grave o ecossistema, isso trará sérias consequências, como excesso de chuvas, ou seca, problemas com polinização, controle de pragas, erosão do solo e perda na produtividade”, alerta.

Veto

Ana Lúcia considera que se for aprovado e sancionado, o novo Código Florestal fará um desserviço para a sociedade. “É uma lei ambiental que não se preocupa com o meio ambiente, só com a agricultura, é mais uma lei agrícola do que ambiental”, destaca. Para ela, o código de 1964, já é bastante atual e é considerado de vanguarda. “O que precisamos é incorporar a recuperação das áreas que estão afetadas”, destaca.
A pesquisadora acredita que devido aos compromissos internacionais com preservação ambiental assumidos pelo Brasil e também por questões de bom senso, a presidente irá vetar o novo Código. “O caminho agora é esclarecer a população com apoio das organizações e da agricultura familiar e mostrar que existem maneiras de produzir adequadamente, aproveitando de forma equilibrada a reserva legal dentro da propriedade.”
O engenheiro agrônomo Gilson José Pedrassani, destaca que é importante entender que o texto aprovado pode sofrer e provavelmente sofrerá, alterações no Senado. “Ou seja, para se transformar em lei deve ser aprovado no Senado e depois vai para sanção presidencial. Somente depois dessa tramitação é que entrará em vigência”, diz. Para Pedrassani, seria importante e um avanço para o setor agrosilvopastoril se a proposta das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) consolidadas fosse mantida e estendida aos Estados o poder de decisão sobre elas. “Importante lembrar também, que o prazo para averbação das áreas de reserva legal a margem dos registros imobiliários não foi prorrogado, permanecendo a data limite de 11 de junho. Após essa data, os proprietários ficam sujeitos a autuações, inclusive com multa diária”, alerta.

Fonte: Correio do Norte Online

quinta-feira, 19 de maio de 2011

SDS lança programa de controle de desmatamento e cadastro ambiental no Sul do Amazonas

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) lança a partir desta quinta-feira (19) os programas de “Prevenção e Controle do Desmatamento no Sul do Amazonas e Regularização Ambiental/Cadastro Ambiental Rural – CAR”.

A titular da SDS, Nádia Ferreira, se deslocou nesta manhã para o município de Lábrea, acompanhada de representantes das esferas federal e estadual para reunir com produtores e pecuaristas da região.

Nesta sexta-feira (20), será a vez do município de Humaitá, e no sábado (21), a equipe estará no município de Manicoré, na região de Matupi.

A ação já aconteceu nos municípios de Boca do Acre, em abril deste ano, e Apuí, no início deste mês.

A atividade faz parte de uma ação em conjunto entre Governo Federal e Estadual que lançaram o programa “Desmatamento Ilegal Zero”, incorporando estratégias para reduzir os índices de desmatamento no Sul do Estado.

Produtores e pecuaristas assinarão um Termo de Compromisso que permite a adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro eletrônico dos imóveis rurais junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), de sua área total, declarando as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a proposta de Área de Reserva Legal (ARL), localizada em seu interior, com vista à regularização ambiental.

Já o “Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento no Amazonas”, elaborado pelo Governo do Amazonas, prevê ações atuando sob 4 eixos: Ordenamento Territorial; Controle Ambiental; Fomento à Atividades Produtivas Sustentáveis; e Governança. Nas ações do Plano estão previstas atividades de prevenção, fiscalização e ampliação das ações de créditos. O Plano contará com recursos do Fundo Amazônia (BNDES), a ser aplicado em três anos (2011-2013), num valor estimado em cerca de R$ 20 milhões.

Fonte: A crítica

Virada sustentável em Sampa

A 1ª Virada Sustentável de São Paulo, evento cultural com atividades ligadas aos temas de sustentabilidade, deve levar a capital paulista mais de 300 atrações. O evento está previsto para os dias 4 e 5 de junho (quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia), em 60 locais espalhados pela cidade.

A programação para o primeiro dia será aberta às 8h00 e segue até a meia-noite. No dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia, serão doze horas de atividades, todas gratuitas. Mostra de filmes, exposições, oficinas educativas, palestras e teatro infantil, são algumas das atrações anunciadas pelos oorganizadores.

Você pode conferir a programação completa, a partir de segunda-feira (23), no endereço:www.viradasustentavel.com

MP lança ofensiva para interromper ação de grileiros


Dados da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) apontam que, só este ano, houve 40 registros de loteamentos irregulares em Jacarepaguá, no Recreio e nas Vargens. Na 19ª Promotoria de Investigação Penal, foram instaurados 52 inquéritos, desde o final de 2008, para apurar a situação de posseiros e grileiros que praticam os crimes de parcelamento ilegal do solo e estelionato e vendem as áreas a terceiros. O Ministério Público (MP) estadual lançou uma cruzada contra os loteadores da Zona Oeste. Nas duas últimas semanas, quatro terrenos foram inspecionados, mas a conclusão dos casos depende de laudos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). E a ofensiva vai continuar. A promotora Christiane Monnerat diz que a intenção não é tirar a casa de ninguém, mas evitar novos crimes:

— O objetivo é deter os loteadores clandestinos. São áreas enormes. Normalmente, gozam de falsa aura de legalidade e levam à proliferação de habitações edificadas sem critérios mínimos de segurança e desprovidas de infraestrutura — explica.

Na terça-feira da semana passada, O GLOBO-Barra acompanhou uma operação da DPMA e da 32 DP (Jacarepaguá) em dois loteamentos que estão sendo investigados pelo MP por suspeita de parcelamento ilegal do solo, crime ambiental e estelionato. Perto dos limites do Parque Estadual da Pedra Branca, o condomínio Floresta Parque, na Taquara, abriga cerca de 50 casas e conta ainda com outras dez em construção.

Situação semelhante ocorre na Estrada da Boiuna, no Tanque. Segundo peritos da DPMA, há suspeita de que cerca de cem casas tenham sido construídas naquela área, num loteamento irregular. Os imóveis são oferecidos por R$ 55 mil e, segundo o vendedor, vêm com escritura.

Em 29 de abril, houve uma operação no condomínio Planície do Araguaia, na Estrada Vereador Alceu de Carvalho, no Recreio. O loteamento fica ao lado do condomínio Planície do Recreio, que tinha como um dos responsáveis o ex-delegado da Polícia Civil Renato Caravita de Araújo, preso desde o ano passado. O MP agora aguarda a conclusão do inquérito da DPMA para oferecer a denúncia. Em 2008, a prefeitura já concluíra que os dois residenciais eram irregulares. No mesmo dia, foram inspecionados os loteamentos Brito 1 e Brito 2, na Estrada do Sossego 55, na Taquara. O inquérito foi instaurado em agosto de 2010 e, segundo Christiane, há suspeita dos mesmos crimes.

Além das investigações, o MP está de olho em casos que já estão sendo julgados. Em janeiro deste ano, o órgão ofereceu denúncia contra Marcos Antonio Amui dos Santos e outros dois réus. Eles são acusados de parcelamento clandestino do solo urbano, crime ambiental e crime contra a economia popular no condomínio Vivendas em Sossego, dois lotes de aproximadamente 23 mil metros quadrados localizados na Rua Paulo José Mahfud 20, em Vargem Pequena. O MP chegou a pedir a prisão preventiva de Santos, mas ela foi negada em fevereiro.

O MP denunciou também João Domingos Machado Fernandes, em setembro passado, por parcelamento ilegal do solo e crime ambiental. Ele seria o responsável, desde dezembro de 2005, por dividir sem autorização lotes na Estrada dos Bandeirantes 9.514, em Jacarepaguá, e vendê-los como parte do Loteamento Verde Mar, de 55.137,32 metros quadrados. O denunciado destruiu ainda uma área de proteção ambiental na Pedra Branca e extraiu recursos minerais sem licença, diz o MP. A segunda atividade foi flagrada em vistoria de 24 de março de 2010.

Fonte: O Globo

Código Florestal fica para terça-feira, dia 24

Na próxima terça-feira, dia 24, em sessão marcada para 9 horas, será votado, enfim, o Substitutivo do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ao Projeto de Lei nº 1876/99, com mudanças no Código Florestal Brasileiro. Na sessão, será votada uma Emenda de Plenário, de nº 164, apresentada pelo deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) e subscrita pelo vice-líder do partido, deputado Darcísio Perondi (RS).

A Emenda garante a manutenção das áreas consolidadas até 22 de julho de 2008. Quem planta em beira de rio e sangas e em encostas de morros vai poder continuar sua atividade. Haverá a liberação de reserva legal em propriedades de até quatro módulos fiscais. No caso do Rio Grande do Sul, significa uma propriedade de até 80 hectares. Segundo Perondi, se um agricultor tiver 82 hectares, por exemplo, não perderá a isenção e terá que fazer a reserva somente sobre dois hectares. A União fará as normas, mas a execução passará por planos aprovados pelos Estados, respeitando suas paculiaridades.

Segundo Perondi, o acordo foi costurado pelo PMDB e já recebeu o sinal verde do Palácio do Planalto.

Fonte: Guia Digital

Klabin aborda eficiência no Insourcing de Service Desk durante Conferência do HDI 2011


Dar visibilidade ao service desk a fim de que este setor seja reconhecido pelos executivos como parte estratégica para o negócio da empresa é uma questão que sempre esteve no foco das discussões entre os gestores de suporte do Brasil. Poucos são os departamentos que conseguem se manter com o status quo de órgão eficiente entre os diretores de uma organização. Um desses casos raros é o service desk da Klabin, maior produtora, exportadora e recicladora de papéis do Brasil.

Para abordar a temática através de experiências reais, o gestor de service desk da Klabin, Juarez Fonseca, traz para a 4ª Conferência & Expo Internacional HDI Brasil 2011, que acontece em São Paulo nos dias 26 e 27 de maio, uma palestra sobre sua experiência na estruturação da operação de suporte da Klabin e como conseguiu o engajamento da diretoria neste processo.

"Quando decidimos reestruturar nosso serviço de suporte aos clientes de negócio, tomamos um caminho um pouco diferente da maioria das empresas. Não fomos buscar no mercado as melhores práticas para o gerenciamento de serviços de TI (ITSM), ou confeccionarmos um complexo catálogo de serviços e um SLA completo. Nós olhamos primeiramente para o negócio e tentamos identificar quais serviços e produtos críticos ao core business eram afetados por deficiência do service desk", explica Fonseca.

Mostrar à companhia o impacto que o service desk poderia ter sobre o rendimento das linhas de produção nas fábricas da Klabin foi uma das estratégias utilizadas pelo gestor para que a diretoria aprovasse os investimentos para o desenvolvimento da operação. Em paralelo, também foi realizado um trabalho de capacitação com os analistas em prol de uma maior aproximação da atividade principal da empresa e do entendimento do papel da tecnologia suportada no resultado final do negócio. "Aproximar o relacionamento entre funcionários de TI e de outros departamentos foi um dos fatores que permitiram o sucesso de nosso service desk", afirma Fonseca.

A palestra, segundo o executivo, trará dicas de como desmistificar a ideia de que o suporte é apenas um departamento que presta serviços de apoio aos usuários de tecnologias da informação. "Assim como as outras áreas, o service desk impacta diretamente no negócio", finaliza Fonseca.

Fonte: Celulose Online

Queda na área plantada de pinus preocupa mercado


De todas as informações divulgadas pelo Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), recém lançado, a que mais preocupa é a ligeira redução dos plantios de pinus no Brasil.

Em 2010, a área plantada da espécie foi de 1.756.000 hectares, contra 1.795.000 do ano anterior. Uma redução de 2,1% que, teoricamente, não deveria ser alarmante, considerando o cenário econômico pós-crise.

Acontece que, em alguma regiões, a situação é grave. É o caso do Mato Grosso do Sul onde as serrarias dos municípios de Ribas do Rio Pardo e Água Clara dependem do pequeno maciço que ainda está de pé.

De 2005 a 2010, a área plantada caiu para um terço. Em números mais precisos, de 39 mil para pouco mais de 13 mil hectares.

A substituição por eucalipto, superior em rendimento e produtividade, é natural. O ciclo do pinus para madeira serrada é, em média, 3 a 4 anos maior que o ciclo do eucalipto. No entanto, as empresas instaladas na região ainda não estão totalmente preparadas para processar a madeira mais dura.

Cientes de que precisam se adaptar, algumas serrarias já começaram a estudar como implementar as modificações técnicas e também as estratégias comerciais.

Atualmente, só a Ramires Reflorestamentos mantém um programa de plantio da espécie com 300 hectares por ano. As outras reflorestadoras ainda não decidiram o que fazer.

Todos estão certos de que, em algum momento, haverá um "apagão florestal" de pinus em Mato Grosso do Sul. Isso, de certa forma, dificulta ainda mais as decisões das empresas. As serrarias que quiserem sobreviver vão migrar para o eucalipto.

Com isso, existe o receio de que o pinus não retome seu mercado depois. Situação bastante diferente do sul do país, onde a espécie é bastante consumida pelas indústrias de painéis e celulose.

No mesmo ritmo de consumo, as florestas de pinus sul-mato-grossenses devem durar mais 3 ou 4 anos. Até lá, quem processa a madeira terá tempo suficiente para se adaptar.

Fonte: Painel Florestal

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PMA flagra duas pessoas derrubando árvores com motosseras ilegais

A Polícia Militar Ambiental (PMA) flagrou dois homens derrubando árvores com motosserra ilegal no bairro Jardim Aeroporto, em Campo Grande. As árvores eram cortadas dentro do terreno, o que não caracteriza crime ambiental. Entretanto, os jardineiros não possuíam Licença de Porte de Uso (LPU), documento exigido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) para legalizar motosserras.

Os autores, que não tiveram o nome divulgado, residem em Campo Grande. Eles foram multados em R$ 1 mil e as motosseras apreendidas. Os autores vão responder por crime ambiental de utilizar motosserra sem autorização, com pena que pode variar de três meses a um ano de detenção.

Fonte: Capital News

Audiência pública vai discutir política de energias renováveis

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável promove nesta terça-feira (17) audiência pública para discutir a política brasileira de energias renováveis. O presidente da comissão, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), solicitou o debate para avaliar os projetos relacionados a energia eólica, solar e de biomassa e sua relação com a sustentabilidade ambiental.

“O Brasil vem demonstrando sua intenção de aprimorar o uso de energias renováveis e diversificar as fontes de geração de energia, mas as iniciativas de política de governo ainda são tímidas”, disse Cherini.

Projeto na Câmara
Durante a audiência, também será discutido o Projeto de Lei 630/03, que prevê leilões anuais de energia eólica e de biomassa e a criação de um fundo para financiar pesquisas e incentivar a produção de tecnologias para esse tipo de energia.

Foram convidados para a audiência:
- o relator do PL 630/03, deputado Fernando Ferro (PT-PE);
- o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão;
- o gerente do Departamento de Fontes Alternativas de Energias do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luís André D’Oliveira;
- o coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo;
- o diretor-executivo Mundial da Suzlon, Tulsi Tanti;
- o diretor-presidente da Impel Automoção Industrial Ltda, Lusivaldo Curvina Monteiro.

A audiência está marcada para as 14 horas, no plenário 8.

Fonte: camara.gov

Cresce demanda por profissionais com Ensino Superior no setor agrícola

As tecnologias aplicadas no campo estão exigindo, cada vez mais, a qualificação de profissionais que estejam preparados para um novo mercado de trabalho que se forma. Além disso, novas fronteiras agrícolas e a demanda por alimentos estão atraindo trabalhadores para esta área.

Pesquisa divulgada no ano passado mostra que os empregos com carteira assinada no setor do agronegócio tiveram um aumento de 35,8% na safra passada. Foram cerca de 175 mil postos de trabalhos ocupados no meio rural até julho de 2010. Em áreas como Engenharia Florestal, Agronomia e Medicina Veterinária são encontradas oportunidades.

Para o consultor da MBAgro, José Carlos Hauscknet, a exigência da qualificação das vagas refletiu no aumento pela procura.

- Isso nos leva a investir em tecnologias mais avançadas, em máquinas mais sofisticadas. E isso demanda uma mão de obra mais qualificada. Hoje existe uma escassez de mão de obra para o trabalho rural, que vem sendo substituída pelo uso de máquinas agrícolas - acredita.

Além disso, o especialista também ressalta as mudanças na administração das propriedades. Hauscknet salienta que a qualificação na gestão do dentro da porteira influencia o crescimento do setor no país.

– Estamos vendo um grande avanço na gestão das propriedades rurais, com a profissionalização dos grandes grupos que estão também fazendo uma governança melhor. A parte administrativa também está tendo um grande avanço - avalia.

Ele acredita que os avanços passam tanto pela Educação Básica quanto pela Educação Superior. O consultor da MBAgro afirma que as universidades brasileiras são referências e auxiliam no processo do desenvolvimento agropecuário.

- A educação é um processo básico para chegarmos ao desenvolvimento. O Ensino Superior brasileiro na área de ciências agrícolas é bastante desenvolvido. Desenvolvemos aqui uma série de tecnologias de pesquisas. É toda uma rede de conhecimento bastante importante para o desenvolvimento agropecuário - reforça.

Mas o caminho do campo até a universidade ainda é um desafio para os jovens. De acordo com dados do IBGE, nem 2% dos universitários do país são da zona rural, e somente 17% completaram o nível médio ou superior.

Fonte: Canal Rural

O papel das florestas na vazão dos rios


Por Ricardo Braga

Geralmente, no período chuvoso, as pessoas ficam temerosas com inundações provocadas pela grande vazão dos rios. Já durante a estiagem, a preocupação é com a escassez de água, que reduz a disponibilidade de captação para abastecimento doméstico, industrial e irrigação. Nessas ocasiões costuma-se lembrar da importância das florestas e dos riscos gerados pelo desmatamento.

Embora a principal responsável pela presença ou ausência de água nos rios seja a própria chuva, pela sua precipitação ou não, as florestas desempenham importante papel no regime de vazão, tanto nos pequenos riachos, quanto nos grandes rios.

Isto se deve a vários fatores, mas, principalmente, a dois: infiltração e escoamento superficial da água. A formação arbórea recebe a água das chuvas e facilita a sua infiltração no solo, que a armazena no lençol freático, para depois liberá-la lentamente nas nascentes e margens dos cursos de água. Sem a floresta, a água cai direto no solo e escoa pela superfície, em enxurrada, arrastando terra e provocando enchentes.

Esta é a regra, embora não possa se aplicar inteiramente em eventos climáticos extremos, como de chuvas intensas por vários dias ou secas prolongadas.

Assim, a relação floresta/infiltração reduz as enxurradas nos períodos chuvosos e possibilita disponibilidade hídrica durante as estiagens. Já a relação desmatamento/escoamento superficial provoca, respectivamente, picos de cheias e falta de água. Em outras palavras, a floresta é uma regularizadora do regime de vazões, amortecendo os picos para cima e para baixo, e em conseqüência, reduzindo os riscos de inundação e de escassez de água.

Um estudo hidrológico realizado de junho a outubro de 2010, na bacia hidrográfica do rio Natuba, afluente do rio Tapacurá, comparou a vazão de três riachos (convertida em vazão específica, correspondente a litros/segundo/Km2) sob o mesmo regime de chuvas, cujas microbacias de drenagem apresentam distintos usos de solo.

Durante as chuvas, a vazão do riacho que possui a sua área de drenagem usada integralmente para agricultura de ciclo curto e pasto, foi até sete vezes superior a do riacho cuja microbacia é coberta por floresta nativa. Intermediariamente se comportou a microbacia de uso misto, com capoeiras em regeneração e agricultura.

Por outro lado, quando da suspensão das chuvas, a vazão do riacho com cobertura florestal manteve-se sempre superior à do riacho com agricultura, atenuando assim os picos de baixa vazão.

Isto significa que a floresta e o seu solo funcionaram como uma esponja, retendo a água durante os picos de precipitação, para liberá-la em seguida, cumprindo um importante papel de regularização de vazões.

O trabalho de pesquisa, orientado por mim, foi desenvolvido por Felipe Alcântara para a conclusão do Mestrado em Engenharia Civil, na área de Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da UFPE.

Esta reflexão é particularmente oportuna quando se têm em pauta as alterações no Código Florestal, sendo importante garantir as áreas de recarga de aqüíferos e de proteção das margens de cursos de água e nascentes, com a presença de formações florestais.

Fonte: NE10

terça-feira, 10 de maio de 2011

Blumenau (SC) recebe seminário que discutirá política florestal para o Estado

Começa nesta quarta-feira(11) e segue até sexta-feira(13), no Teatro Carlos Gomes, em Blumenau, Santa Catarina, o 2º Seminário sobre Inventário Florestal. No evento serão discutidos novos rumos para uma política florestal para o Estado, a partir dos resultados do Inventário Florístico-Florestal de Santa Catarina (IFFSC), incluída a questão sobre o pagamento de serviços ambientais e alterações da vegetação diante das mudanças climáticas. O evento terá palestras da equipe cientifica do Inventário, bem como conferências de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Os resultados de quatro anos de levantamentos feitos pela FURB, em parceria com a UFSC e a Epagri, mostram que, apesar de termos uma cobertura florestal de aproximadamente 36%, não temos nada a comemorar: as nossas florestas são nem sombra daquilo que eram; a grande maioria, ao redor de 95%, dos remanescentes florestais é constituída por florestas secundárias, contendo árvores de espécies pioneiras, jovens, com troncos finos e baixo potencial de uso, comenta o coordenador da equipe da FURB, professor Alexander Christian Vibrans. Segundo os dados apurados, estas florestas têm menos da metade do estoque original de madeira e de biomassa e um número muito reduzido de espécies arbóreas e arbustivas. As constantes intervenções humanas na floresta, como a exploração indiscriminada de madeira, roçadas e, principalmente no planalto e no oeste catarinense, o pastoreio de bovinos dentro da floresta, surtiram estes efeitos, reforçados pelo uso intensivo agrícola no seu entorno. Outro resultado alarmante é a drástica redução da biodiversidade de espécies arbóreas encontrada, comparada com os levantamentos de 50 anos atrás, realizados pelos botânicos Roberto Miguel Klein e Raulino Reitz. Um quinto das espécies encontradas entre 1950 e 1970 não foram mais observadas em 2010. As inscrições para o seminário abrem às 13 horas desta quarta-feira, no Teatro Carlos Gomes, e durante a tarde acontecem diversas atividades. A solenidade de abertura está agendada para 18 horas e a conferência de abertura será as 19 horas, proferida pelo professor Hermann Behling, da Universidade de Göttingen, Alemanha, com o tema: Um olhar para o passado: dinâmicas vegetacionais, climáticas e do fogo no quaternário tardio do Sul do Brasil. A programação completa e mais informações estão no site da Furb - www.furb.br

(CeluloseOnline)

Certificação de florestas plantadas e nativas na América do Sul

A certificação de florestas plantadas de Pinus e eucalipto, sempre foi contestada por algumas entidades ambientalistas, argumentando que tais plantações não deveriam ser incentivadas e, por isso, mesmo não deveriam ser objeto de um processo de certificação. No entanto, verifica-se na prática, que boa parte dos produtos de origem florestal que atualmente são consumidos no Brasil vem da madeira retirada principalmente de florestas de Pinus e eucalipto que têm, portanto, função econômica importante e evitam a exploração mais intensiva das florestas nativas. Além disso, na certificação de plantações florestais parte da unidade de manejo florestal é destinada para fins de proteção florestal, e isso contribui para a manutenção de remanescentes de florestas nativas. O professor Ricardo Ribeiro Alves do curso de Gestão Ambiental da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), em São Gabriel – RS, analisou a contribuição que a certificação de florestas plantadas tem na proteção das florestas nativas da América do Sul. Foram avaliadas as certificações pelos sistemas Forest Stewardship Council (FSC) e Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC). Trabalhou-se com dados referentes à área total certificada da unidade de manejo florestal, a área efetivamente implantada, a área de proteção florestal e a área destinada a outros usos. No Brasil, tanto o FSC (40,9%) quanto o PEFC (34,4%), contribuíram mais para a proteção florestal, quando comparados com o FSC (22,4%) e o PEFC (22,9%) no Chile. A pesquisa conclui-se que a certificação de plantações florestais exerce uma importante função na proteção florestal, notadamente em países como Brasil, Chile, Colômbia e Paraguai. Além disso, constatou-se que as áreas destinadas à proteção florestal no Brasil são superiores às do Chile, tanto pelo sistema de certificação FSC quanto pelo PEFC. Por exemplo, o Brasil possui 5.663.518 ha certificados pelo sistema FSC, enquanto Chile possui 325.400 ha de florestas certificadas. No Chile predomina a certificação pelo PEFC (1.585.075 ha), embora na América do Sul as áreas de florestas certificadas pelo FSC sejam maiores. O trabalho do professor Ricardo refere-se a uma parte do seu curso de doutorado em Ciência Florestal na Universidade Federal de Viçosa e foi orientado pelo Prof. Laércio Antônio Gonçalves Jacovine. O trabalho foi publicado em forma de artigo na Revista Floresta (no 1, volume 1 de 2011) da Universidade Federal do Paraná.

(Cleverson de Mello Sant’Anna)

Fundo Amazônia precisa de efetividade, diz Noruega

No primeiro relatório para a avaliação do apoio fornecido pela Noruega a vários países em desenvolvimento no contexto da Preparação para implantação do mecanismo de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), a agência norueguesa para cooperação ao desenvolvimento enfatizou a importância do comprometimento de US$ 1 bilhão para o impulso inicial das políticas florestais brasileiras. O relatório identifica que a contribuição mais concreta da Iniciativa Florestal e Climática Internacional (NICFI, em inglês) do governo da Noruega às políticas climáticas e florestais brasileiras foi o apoio ao Fundo Amazônia. A implantação do Fundo, administrado pelo BNDES, é vista pelo relatório como um caso de sucesso por ser um “exemplo importante do desenvolvimento de um mecanismo nacional para o desembolso de pagamentos baseados em resultados”. Porém, a agência reconhece que apesar do sucesso, as entrevistas feitas para o relatório demonstraram uma série de áreas para melhoria na efetividade do apoio do NICFI no futuro. “O que tem sido feito até agora teve efetividade limitada e não conseguiu ser particularmente eficiente devido a restrições procedurais. Pondera-se que a abordagem assumida no Brasil era única e tinha que ser assim de forma a reconhecer a soberania brasileira”, constata o relatório (tradução não oficial). “As organizações da sociedade civil, associações comunitárias, organizações do setor privado e governos estaduais, que enxergam a si próprios como os atores e beneficiários centrais, estão frustrados com as limitações, complexidades, especificações rígidas e falta de transparência nestes processos”, enfatiza o relatório corroborando com as conclusões de um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS – Leia mais). O relatório questiona se estaria dentro dos deveres do NICFI requerer ajustes no funcionamento do fundo em respeito à soberania brasileira. Porém ressalta a necessidade de uma resposta rápida já que o dinheiro liberado pela Noruega “não está sendo utilizado eficientemente”. Uma questão levantada nas entrevistas com bastante ênfase foi a cautela que o fundo e o INPE, que dá apoio ao fundo, devem ter para lidar com a mudança no padrão de desmatamento no país, de larga para pequena escala (não detectada pelo monitoramento tradicional por satélites). Os critérios e noções de desenvolvimento sustentável também foram trazidos à tona pelos entrevistados. As políticas do governo para redução do desmatamento “aparentemente” apresentam “contradições”, além de não haver uma estratégia de sustentabilidade para o Fundo no âmbito do BNDES.

(Painel Florestal)

BNDES libera financiamento de R$ 1,2 bi para empresa Suzano

A empresa Suzano, do setor de papel e celulose, vai receber novo financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 1,2 bilhão. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (5) pelo banco. O empréstimo foi aprovado na modalidade de limite de crédito, o que significa que os recursos serão concedidos em parcelas, de acordo com o cronograma e a necessidade de investimentos da companhia. Segundo o BNDES, isso torna mais ágil o processo de liberação dos recursos, uma vez que não há necessidade de apresentação de carta consulta. O financiamento se refere ao plano de investimento da Suzano Papel e Celulose no período de 2011/2015. O plano objetiva a formação de florestas para suprimento de madeira destinada às cinco fábricas da empresa nos estados da Bahia e de São Paulo, bem como para as novas unidades industriais no Maranhão e no Piauí. O investimento total que será aportado pela empresa atinge R$ 2,2 bilhões, informou o BNDES por meio da assessoria de imprensa. Esse é o segundo empréstimo concedido pelo BNDES à Suzano na modalidade de limite de crédito. A primeira operação foi feita em 2009 e somou R$ 705 milhões. No ano passado, os financiamentos aprovados pelo BNDES para a Suzano totalizaram R$ 3,148 bilhões.

(Fonte: DCI)

Setor florestal quer ampliar negócios na construção civil

O crescimento da indústria da construção civil no País representa, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade para as empresas de base florestal, especialmente o segmento de madeira tratada - que fornece material para estrutura de edificações, ferrovias e eletrificação. A transformação desse cenário em novos negócios, no entanto, depende de uma mobilização do setor florestal para divulgar para consumidores, agentes financiadores de imóveis e escolas de engenharia e a arquitetura as vantagens do uso da madeira tratada na construção. A iniciativa foi defendida pelo diretor-secretário da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM), Humberto Tufolo Netto, que apresentou a palestra Benefícios da Madeira Tratada na Construção Civil no 1º Seminário Técnico Sul Brasileiro de Madeireiras, Marcenarias e Produtos de Madeira, encerrado na manhã de sexta-feira (06), na ExpoGramado, em Gramado (RS). O encontro integra a programação técnica da 3ª Feira da Floresta, que também se encerra nesta sexta-feira. Tufolo revelou que apenas 14% dos 1,2 milhão de metros cúbicos de madeira tratada produzidos anualmente no Brasil são destinados para construção. Na Europa, 44% do total processado pelo setor é aplicado em edificações. "Há um potencial para multiplicar a produção em dez vezes no Brasil", afirmou o especialista. Para que isso ocorra, o diretor da ABPM reiterou que é preciso disseminar informações sobre as vantagens ambientais do uso da madeira, que permite a estocagem de carbono presente na atmosfera e reduz o uso de materiais de origem não-renovável como cimento e ferro. Além disso, é preciso conscientizar engenheiros civis, arquitetos e o setor de crédito imobiliário sobre a durabilidade das estruturas de madeira, assegurada pelo correto uso das tecnologias de tratamento contra umidade, fungos e cupins. A qualidade da madeira para edificações e móveis também foi tema de palestra ministrada no Seminário por Jonas Vargas, engenheiro florestal da Flosul Madeiras, e Pedro Henrique Cademartori, supervisor de qualidade de Flosul Madeiras. Eles abordaram o papel do treinamento de mão de obra no aprimoramento da madeira cortada no campo e processada na indústria. "Operadores qualificados aumentam o rendimento da indústria em até 10%", disse Cademartori. O Seminário foi concluído com o painel Design, sua importância frente às Demandas do Mercado – Cases de Sucesso em Design e Produtos, em que o professor de design da Feevale, Igor Casenote, detalhou o potencial oferecido pelas ferramentas de design à indústria. De acordo com o professor, há vantagens tanto no desenho de móveis mais atraentes para os consumidores, quanto na formatação de processos produtivos com reduzido impacto social e ambiental.

(Assessoria de Imprensa)

Emater divulga planejamento voltado para sustentabilidade

A busca da conciliação entre rentabilidade econômica e preservação ambiental na atividade rural foi tema de painel apresentado pelo assistente técnico estadual da Emater/RS Dirceu Slongo no Ciclo de Palestras para Produtores Rurais, encerrado na manhã desta sexta-feira (06), na ExpoGramado, em Gramado (RS), concluindo a programação técnica da 3ª Feira da Floresta. Slongo expôs aos agricultores, pecuaristas e florestadores as vantagens do planejamento da atividade rural voltado para a sustentabilidade econômica e ambiental. A ideia é de promover a diversificação da produção, com a combinação de silvicultura, lavoura e pastagens para pecuária. A prática, segundo ele, é benéfica porque amplia as fontes de renda do produtor e, ao mesmo tempo, melhora a produtividade e ajuda a conservar o solo. A apresentação da Emater/RS integrou a rodada de cinco palestras do Ciclo. Os painéis sobre manejo florestal e mercado foram repetidos nos três dias da 3ª Feira da Floresta, entre os dias 04 e 06 de maio. O encontro tem o objetivo de divulgar a cadeia florestal como alternativa de renda para o setor primário.

(Assessoria de Imprensa)

Lucro da Duratex cresce 12%, para R$ 76,8 milhões no 1º trimestre

A Duratex registrou lucro líquido recorrente de R$ 76,87 milhões no primeiro trimestre do ano, o que representa um avanço de 12% em relação ao ganho apurado no mesmo período do ano passado. A receita líquida da companhia totalizou R$ 659,9 milhões no trimestre, o que equivale a uma expansão anual de 8,9%. Apesar do menor ritmo de atividade da divisão de madeiras, o resultado foi beneficiado pelo aumento dos preços e pela evolução nas vendas da divisão Deca. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 3%, para R$ 182,52 milhões no período. A margem Ebitda, por sua vez, passou de 31% para 27,7% em 12 meses. A Duratex argumenta que seu resultado operacional sofreu grandes alterações com a adoção das normas contábeis internacionais (IFRS), principalmente, no que diz respeito ao ativo biológico.

(Fonte: G1)

I Fórum Interestadual e VII Simpósio Capixaba de Seringueira

A importância da extração da borracha natural da seringueira brasileira se deve o fato de esse produto ser matéria prima de produtos utilizados por diversos setores e também porque é uma das atividades do agronegócio que mais contribui para o meio ambiente, pela elevada captura de carbono atmosférico contribuindo para a redução do aquecimento global, além de ser uma espécie que garante alta proteção do solo e da água. Contudo, prevê – se que o mercado da borracha irá apresentar um déficit de produção nos próximos anos, já que o mercado começa a apresentar um desequilíbrio entre a demanda e a oferta desse produto.

Objetivos:

-Promover uma ampla discussão sobre a realidade e as perspectivas do setor heveicultor estadual e brasileiro;

-Difundir as experiências sobre os avanços tecnológicos e científicos e as novas oportunidades de negócio florestal com o cultivo da seringueira;

-Ampliar o mercado de bens e serviços, ligado ao agronegócio da borracha natural;

-Permitir o intercâmbio e negócios entre técnicos, produtores rurais, empresários e administradores ligados ao negócio da borracha natural;

-Mostrar a possibilidade de engajamento de pequenos produtores rurais no mercado competitivo;

-Estimular o negócio da borracha natural no Estado do Espírito Santo e no Brasil

-Inscrições: As inscrições para os eventos são feitas na página do fórum na Internet e estão limitadas ao número de vagas.

(Fonte: Agroevento)