terça-feira, 22 de março de 2011

Governo do RS retoma inventário florestal

O Rio Grande do Sul aposta na retomada do projeto do inventário florestal, paralisado desde o meio do ano passado. O novo diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap/Sema), Roberto Ferron, recomeçará a articulação no final deste mês com o governo federal e deve se reunir com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) para acertar os detalhes da execução.

Na semana passada, a secretária estadual de Meio Ambiente, Jussara Cony e Ferron estiveram em Brasília. Ficou acertado que o coordenador do Inventario Nacional, João de Deus, e técnicos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA visitarão o Rio Grande do Sul para fazer um nivelamento do assunto com os técnicos do Defap. Segundo ele, o projeto é prioritário para a secretaria e está orçado em R$ 8 milhões, sendo que o MMA e a Sema deverão entrar com 50% do valor cada um.

O levantamento deve identificar a quantidade de florestas naturais e plantadas existente no Estado, a recuperação de áreas degradadas e os usos que o agricultor faz da terra.

A expectativa do setor era que o projeto tivesse começado no segundo semestre do ano passado. No entanto, não foi executado, mesmo com o termo de cooperação entre MMA e a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) assinado em abril de 2010.

Para o presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Leonel Menezes, está mais do que na hora do Estado fazer o levantamento. Os últimos censos foram realizados em 1984 e 2000. Desde lá, o cenário no RS mudou com a chegada de indústrias de celulose e de MDF e MDP. Menezes destaca que é preciso identificar o que e onde está plantado para planejar o setor. "Se soubermos das necessidades podemos fomentar a vinda de indústrias ou a ampliação da base florestal, mas é preciso conhecer o que temos."

Fonte:Zero Hora/Adaptado por Celulose Online

Setor florestal aposta em preservação

Um levantamento divulgado pela Abraf (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas) mostra que, para cada hectare de floresta plantada, empresas do setor madeireiro preservam 0,89 hectare além dos 35% da área obrigatória por lei.

No Paraná, um dos exemplos de preservação é a Madepar Agroflorestal. Mais de metade de suas áreas estão cobertas por matas nativas, o que significa que sua área preservada é maior do que os 35% que são obrigatórios por lei.

“A consciência de sustentabilidade e responsabilidade ambiental dos proprietários vem de gerações passadas. Por isso esta riqueza de biodiversidade. Temos em nossas áreas imbuias e pinheiros centenários, além da fauna que se beneficia com a diversidade de nossas florestas, comprovando o equilíbrio do ecossistema local”, afirma o engenheiro florestal Neumar Wolff II.

Com fazendas na região sul do Paraná e noroeste de Santa Catarina, além da preservação de suas áreas, a empresa também faz o registro das espécies por meio de inventários florestais. Esses levantamentos mostram a riqueza e a diversidade da floresta e da fauna local que conta com um grande número de exemplares de pinheiros e imbuias, macacos-pregos e gralha azul, entre outras espécies.

As áreas são um grande atrativo para pesquisadores, que têm realizado trabalhos sobre a biodiversidade local, e também para as escolas da região que participam do programa de visita da empresa.

Fonte: Celulose Online

Programa gera crédito de carbono

O Programa “Hevea Ambiente Sustentável” que será lançado ainda no primeiro semestre de 2011, objeto da parceria entre a Minas Hevea e a EPAMIG, tem como objetivo buscar o fomento do plantio da seringueira no Estado de Minas Gerais, visando mudar a situação econômica de várias regiões, com foco na geração de emprego e renda, recuperação de áreas degradadas ou degradantes, preservação do meio ambiente, absorção de carbono da atmosfera e retenção de carbono no solo.

O Programa também abrangerá todo treinamento e formação de mão de obra para a cultura, além de criar incentivos para as práticas ambientalmente corretas, tais como: destinação de embalagens de agrotóxicos, respeito as normas ambientais referentes a APP’s, Reserva Legal e Matas Siliares, respeito as normas trabalhistas, etc.

A proposta é semelhante ao Projeto de plantio de Seringueira na Guatemala, pioneiro na venda de crédito de carbono com plantio de Seringueira. Acompanhe o lançamento do Programa através do site: http://www.minashevea.com.br

Fonte: Borracha Natural - Adaptado por Painel Florestal

segunda-feira, 21 de março de 2011

Empresas aumentam preço da celulose em abril

A partir do dia 1º de abril o preço da celulose estará mais caro. Isso porque a produtora portuguesa de celulose Altri decidiu aumentar o preço da celulose em US$ 30 por tonelada, seguindo o aumento anunciado pela brasileira Fibria.

Este é o primeiro aumento de preços feito pela Altri em 2011, após dois cortes e cinco aumentos nos valores da celulose de eucalipto branqueada no ano passado. Com isso, a companhia, que exporta quase a totalidade de sua produção, passará a vender o insumo a US$ 880 a tonelada na Europa.

A Fibria, maior produtora mundial de celulose de eucalipto branqueada, anunciou antes que pretende aumentar os preços em US$ 30 por tonelada, para US$ 880.

Fonte: Reuters/Adaptado por Celulose Online

Cadeia produtiva do carvão vegetal e ferro-gusa perde R$ 35 milhões em MS

Por conta das chuvas intensas quem tem caído em Mato Grosso do Sul nos últimos meses, várias estradas foram danificadas, sem condições para o escoamento da produção. Com isso, os produtores de carvão e os segmentos que dependem dele, como no caso o guseiro, estão sendo prejudicados. O setor do gusa está praticamente parado.

De acordo com o presidente do Sindicarv (Sindicato das Indústrias e dos Produtores de Carvão Vegetal de Mato Grosso do Sul), Marcos Brito, todo o Estado está sofrendo as conseqüências, principalmente a região sudeste, que foi a mais afetada.

Sem ter como escoar o carvão, os produtores já acumulam danos. Conforme a avaliação do Sindicarv serão R$ 35 milhões em perdas no final de um mês. Como a expectativa é que a infra-estrutura volte ao normal após dois meses de obras, o prejuízo pode chegar a R$70 milhões. “Os produtores estão aflitos. Depois de alguns anos de oscilação, agora que parecia que o setor iria decolar acontece isso. Esperamos que tudo volte ao normal o quanto antes para retomarmos a produção”, ressalta Marcos Brito.

Sem o carvão-vegetal, dos, aproximadamente, oito auto-fornos que existem no Estado, apenas um está funcionando. A Vetorial, que tem estabelecimentos instalados em Ribas do Rio Pardo e Corumbá, é uma das empresas que estão sofrendo a escassez do produto. Há cerca de 15 dias que a empresa trabalha em “marcha – lenta”, mas na última semana, como não teve entrada do carvão vegetal está sem produzir o ferro-gusa. “A nossa situação está séria. Paramos toda a produção”, afirma Gustavo Corrêa, diretor do Grupo Vetorial.

De acordo com o representante da empresa, por causa dessa falta de abastecimento a empresa deve ter prejuízos nesse mês de março. A vetorial esperava produzir 35 mil toneladas de ferro-gusa, mas agora o resultado mais positivo é alcançar a metade da produção esperada para o mês. Um déficit de 15 a 17 milhões no faturamento da empresa. “Isso nos trouxe problemas comerciais. Nossa expectativa era boa, mas agora a situação está ruim. Sem produzir não vamos conseguir atender a nossa carteira de clientes”, afirma Gustavo.

Segundo Gustavo, a empresa pode até ter que reduzir o quadro de funcionários. “Se continuar assim, vamos ter que dar férias coletiva ou dispensar funcionários, por que continuar do jeito que está não tem como”, declara.

Fonte: Remade (por Painel Florestal)

Alta no preço da celulose revela cenário positivo para commodity

A Socopa Corretora vê um cenário otimista para os preços da commodity, com o de que a Fibria (FIBR3) aumentará em US$ 30 o preço da tonelada da celulose a partir de abril. Os analistas Osmar Camilo e Marcelo Varejão acreditam que a elevação será positiva e reforçam as expectativas favoráveis para o próximo semestre.

Na véspera, o Morgan Stanley já havia publicado relatório a seus clientes elogiando o aumento na tonelada de celulose de eucalipto comercializada em todas as regiões do mundo pela Fibria.

Na última terça-feira (15), a consultoria filandesa anunciou que os preços para a celulose de fibra longa e de fibra curta avançaram na passagem semanal.

Fonte: Infomoney – adaptado por Painel Florestal

sexta-feira, 18 de março de 2011

SOS Mata Atlântica comemora o Dia da Água


Para marcar o Dia Mundial da Água comemorado em 22 de março, a SOS Mata Atlântica, através do programa Rede das Águas, desenvolve e apoia ações e eventos diversos nos próximos dias.

Entre as atividades previstas estão a oficina “Por Dentro do Projeto Tietê”, nesta segunda-feira (22), para 400 alunos da rede pública de Araçariguama (SP); a III Jornada pelo Tietê, que teve início dia 14 e termina neste sábado (19) com caminhada na Estrada Parque de Itu no sábado; a “Semana da Água de Osasco”; a palestra “Observando o rio Jaguari”, nesta segunda, em Extrema (MG) e o seminário “A Revisão do Código Florestal e Conseqüências”, no dia 24/03, em São Paulo.

No dia 15/3, a entidade promoveu um encontro regional do Projeto Água de Viver, em Curitiba (PR) e um café da manhã da Frente Parlamentar Ambientalista so bre Água, em Brasília (DF).

As atividades abordam temas como a despoluição e monitoramento de rios e bacias, uso sustentável da água, matriz energética brasileira, navegabilidade e produção de alimentos e impactos das mudanças no Código Florestal. “A conservação das nossas florestas está totalmente ligada à qualidade e quantidade da água. Sem floresta não há água e vice-versa”, afirma Malu Ribeiro, coordenadora do programa Rede das Águas. Detalhes sobre os eventos podem ser obtidos no email malu@rededasaguas.org.br e no portal da SOS Mata Atlântica.

Dia Mundial da Água

No dia 22/03 a SOS Mata Atlântica promove um bate-papo online sobre a água. a discussão reunirá a presidente da Sabesp (companhia de águas de São Paulo), Dilma Penna, que falará sobre os desafios na luta pela universalização do saneamento no estado e pela despoluição do Tietê, além do trabalho da companhia.

Para acompanhar o evento, basta se cadastrar em www.conexaososma.org.br e acessar a rede no dia e horário da entrevista.


Fonte: Celuloseonline

Todo ano, quase três mil hectares de vegetação nativa viram lenha

Todo ano, a caatinga perde quase três mil hectares de vegetação nativa. Boa parte dessas árvores está virando lenha porque quase 40% da energia consumida no Nordeste ainda vêm da queima de madeira. O pior é que as árvores nativas têm papel fundamental na manutenção da vida no semiárido nordestino.

A caatinga é a principal formação vegetal do semiárido nordestino e ocupa 10% do território brasileiro. São mais de 840 mil quilômetros quadrados espalhados por 10 estados.

Nesta região chove em média 560 milímetros por ano e a estação das águas é concentrada em apenas três ou quatro meses. Por isso, as plantas da caatinga tiveram que desenvolver mecanismos para resistir a longos períodos de estiagem. São as chamadas plantas xerófilas, que o agrônomo Jacob Souto, professor da Universidade Federal de Campina Grande, em Patos, no sertão da Paraíba, ensinou um pouco mais. “São vários os mecanismos que as plantas usam para resistir a meses sem chuva. Um dos primeiros é a queda das folhas, onde a planta deixa de respirar, deixa de perder água e assim economiza. Uma outra característica da planta, é que muitas delas não possuem folhas, as folhas são transformadas em espinhos”.

Arrancando uma planta, a gente entende melhor como é que isso funciona. Parece uma mandioca. “Temos algumas raízes bastante profundas e isso no período mais seco do ano é o que ajuda a planta a sobreviver. Essa estrutura é como uma reserva da planta, onde ela acumula água e nutrientes para sobreviver ao longo período de seca que ocorre na região.”

As plantas da caatinga têm papel fundamental na manutenção da fertilidade do solo. Os nutrientes que elas sugam, depois são devolvidos para a terra através da serrapilheira, folhas que caem e se acumulam no chão.

Há 10 anos doutor Jacob vem pesquisando de que maneira a decomposição desse material libera os nutrientes. Para isso, numa área de caatinga preservada, ele espalha pequenas caixas coletoras. Depois, analisa tudo que cai dentro delas. “No bioma caatinga, por ano, em média, é depositado de serrapilheira, no conjunto todo, em torno de 1,8 e duas toneladas por hectare. Para fazer uma decomposição em torno de 70% desse material, leva mais ou menos dois anos, dois anos e meio para degradar.”

O regime de chuvas, a altitude e a qualidade de solo determinam a vegetação típica de cada lugar. Dentro do bioma caatinga, há formações florestais diferentes, como em Crateús, quase na divisa do Ceará com o Piauí, uma das maiores reservas particulares de caatinga do país.
Essa reserva é muito interessante porque os seis mil hectares dela estão divididos em duas áreas bem distintas. Uma parte fica em uma região conhecida como Sertões do Crateús. A outra fica no alto da Serra das Almas.

A área pertence uma organização não-governamental, a Associação Caatinga. O Globo Rural visitou a Serra das Almas no período da seca. As trilhas da reserva levam a lugares surpreendentes.

Quase não parecia, mas a vegetação de árvores enormes e muita sombra também faz parte do bioma caatinga. “Esse complexo vegetacional chama-se mata seca. O que o diferencia da caatinga, em princípio, é a composição florística. É possível perceber que as árvores têm um porte maior, cerca de 60% das espécies conservam as folhas verdes e também elas ocorrem somente em ambientes de altitude elevada, acima de 600 metros”, explica o biólogo Ewerton Torres.

Mais uma caminhada e chegamos a um ecossistema raro, com cenário completamente diferente. Não por acaso, o lugar é conhecido como lajeiro, com muita pedra e rocha em volta. A vegetação ao redor também tem um nome bem sugestivo: carrasco. “O carrasco é um ecossistema que faz parte do bioma caatinga, porém é diferenciado por conta das características: as árvores têm um porte bem menor, têm os galhos emaranhados, só ocorre em terrenos de rochas, solos rasos, arenosos e só existe no planalto entre o Ceará e o Piauí e no sul do Ceará, limite com Pernambuco.”

A Serra das Almas é o lar de muitos animais nativos. Aves como o cancã, o dorminhoco, o abre-fecha voam livremente. Como a área é protegida dos caçadores, alguns animais chegam bem perto, caso do sauin, um simpático macaquinho. O macaco-prego é mais desconfiado e só observa o movimento de longe. Outras espécies são avessas à presença humana. Para confirmar a existência delas na reserva, os pesquisadores têm que usar a criatividade. “Uma armadilha funciona com câmera fotográfica e um sensor de movimento e calor. Quando passa um bicho na frente, ela dispara.”

Na hora de revelar as fotos, algumas surpresas: animais considerados extintos na região, foram capturados pelas lentes. Caso da onça-parda ou sussuarana, como é conhecida. As armadilhas também fotografaram veados, o gato do mato, uma jaguatirica, raposas.

Toda essa biodiversidade pode ter um destino terrível. Boa parte da caatinga está virando lenha. É que ainda hoje 40% da energia consumida no Nordeste vêm da queima de madeira.

Um dos maiores centros consumidores de lenha do Nordeste está na Chapada do Araripe, no estado de Pernambuco. Lá está uma das maiores jazidas de gipsita do país, a rocha, que é a matéria-prima básica para a produção de gesso, extraída em minas gigantescas. Ela sai do solo com muita umidade e tem que ser desidratada. O serviço é feito numa calcinadora, local onde a pedra é triturada e depois aquecida em fornos alimentados com madeira. “Os dados que nós temos hoje mostram que do Nordeste sai por ano mais ou menos 25 milhões de metros de lenha.”

Doutor Francisco Campelo é engenheiro florestal e analista do Ibama. Ele explica que a lei não proíbe o corte de madeira nativa, mas hoje qualquer desmatamento só pode ser feito com autorização dos órgãos ambientais. “A rigor, toda intervenção numa propriedade que libere material lenhoso tem que ser licenciada pelo estado. A pessoa precisa mostrar que vai tirar a cobertura florestal para fazer uma prática agrícola ou pecuária e que além disso vai respeitar a reserva legal e as áreas de preservação permanente.”

No final de 2009, o Ibama fez uma grande operação na Chapada do Araripe, fechou 40 calcinadoras por uso de madeira clandestina e embargou diversas áreas que faziam corte ilegal de caatinga.

Segundo o Ibama, o aperto na fiscalização vem dando resultado. “Hoje, 80% da lenha que entra no pólo é licenciada, é uma lenha legal, e 20% é uma lenha clandestina, que ainda vêm de desmatamentos feitos sem critério e autorização.”

No lado cearense da Chapada, na cidade de Crato, uma empresa virou modelo de convivência com o meio ambiente. A cerâmica dos irmãos Ronaldo e Everardo produz telhas e tijolos e usa lenha para alimentar os fornos que secam e queimam as peças.

Para reduzir o uso de madeira nativa, a cerâmica teve que procurar outras alternativas para sua matriz energética. Teve que encontrar outra coisa para queimar que não fossem as plantas da caatinga.

Coco de babaçu, bagaço de cana e até galhos que sobram da poda das árvores urbanas agora são matéria-prima para os fornos. Com pequenas alterações, hoje o mesmo forno produz calor suficiente para queimar e secar as peças, o que representa uma grande economia de madeira.

As mudanças também chegaram no campo, 40% da lenha usada na cerâmica ainda vêm de árvores nativas, só que são provenientes de um projeto de manejo sustentável instalado em três fazendas da região. Uma delas fica no município de Assaré e pertence ao agrônomo Antenor Muniz. “Minha propriedade tem 3.752 hectares.”

Apenas 5% área são usados para agricultura. A reserva legal ocupa 20%, o restante, cerca de 1.700 hectares entraram no plano de manejo.
A área foi dividida em 15 talhões. A cada ano, um deles é cortado. Assim, uma mesma área só vai sofrer o segundo corte depois de 15 anos. “Quando chegar aos 15 anos será feito um estudo novamente para ver se será viável intervenção nessa área novamente para que o órgão consiga licenciar”.

No manejo, nem todas as árvores são cortadas. “A gente identifica algumas espécies que são protegidas por lei, como a aroeira e a braúna, algumas espécies que são de interesse da comunidade, de onde eles retiram seu alimento, algumas forrageiras e outras fitoterápicas, além dos abrigos de fauna que existem dentro da área. Essas não se cortam de jeito nenhum”, garante o engenheiro florestal Stephenson Ramalho.

Hoje o manejo é a principal fonte de renda da propriedade. “Cada talhão dá em torno de 10 mil metros de lenha e depois que a gente tira as despesas, dá em torno de R$ 5 ou R$ 6 por metro de lenha. A gente ganha em torno de R$ 50 ou R$ 60 mil/ano por cada talhão”, diz Antenor Muniz.

A cerâmica também está faturando com os investimentos que fez. Ela virou vendedora de créditos de carbono, uma espécie de moeda verde, concedida a empresas que trabalham de forma ecologicamente correta, para ser negociada no mercado internacional. “Tudo o que nós investimos, houve um retorno somente com as vendas de crédito de carbono. Não estamos contabilizando o que economizou na produção. O que investimos, houve retorno. Ser ecológico dá dinheiro”, afirmou Ronaldo Matos, dono da cerâmica.

Fonte: Fonte: G1

Analistas acreditam que 2011 será positivo para a Suzano


Os resultados apresentados pela Suzano Papel e Celulose, referentes ao 4º trimestre de 2010, vieram em linha com o esperado pelos analistas da Coinvalores, Marco Saravalle e Bruno Piagentini da Coinvalores, apesar do lucro da companhia ter decepcionado, registrando queda de 18,8% na comparação anual. Mesmo assim, “2011 será um ano de fortes investimentos”, segundo declarou a empresa.

Na opinião dos analistas, haverá neste ano “o restabelecimento do equilíbrio entre oferta e demanda no mercado de celulose”, o que “deve começar a tomar forma com a recuperação da demanda chinesa e a perspectiva de recuperação européia”. Eles reiteraram a recomendação de compra e mantiveram o preço-alvo para as ações preferenciais de classe A da empresa (SUZB5) em 18 reais até março de 2012.

Fonte: Exame - Adaptado por Painel Florestal

Florestal Brasil oferece vagas para encarregado florestal

A Florestal Brasil oferece duas oportunidades para encarregado florestal (plantio de eucalipto), em Três Lagoas – MS, com salários de até R$ 2 mil. Para ocupar a vaga é preciso atuar em uma das seguintes áreas: técnico agrícola, técnico em agropecuária ou técnico florestal

Os candidatos dever ter experiência no plantio de eucalipto e coordenação de pessoas, disponibilidade de horários, para viagens e ser comunicativo. Somente serão avaliados os profissionais que se encaixarem no perfil exigido.

Os interessados em preencher as vagas devem encaminhar currículo em anexo e no corpo da mensagem A/C Simone Ferreira de Oliveira para simoneoliveira@florestalbrasil.com.br sob o Assunto: “Encarregado Florestal” até o dia 30 de Abril de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

África sedia curso florestal

O curso começa em Johanesburgo no dia 31 de maio e termina no dia 10 de junho Durban

De 31 de maio a 10 de junho de 2011 será realizado o curso GIFN (Global industrial Forestry Network), em Moçambique. O programa congrega instituições de ensino florestal na Finlândia, Suécia, África do Sul, Brasil e Uruguai.

O curso tem como objetivo superar os desafios da capacitação em gestão de florestas industriais num contexto regional e global, e visa criar um centro de excelência em termos de educação florestal. A iniciativa já organizou cinco edições do curso em Helsinki nos últimos cinco verões europeus, e duas edições no verão sul americano, uma no Brasil e outra no Uruguai, nos anos de 2008 e 2009, respectivamente.

A oportunidade agora será na África do Sul, completando assim em 2011 o ciclo programado para o Hemisfério Sul.O objetivo da edição do Curso em Moçambique é expor os participantes aos sistemas florestais tropicais naturais e plantados. Uma comparação desses dois sistemas irá enfatizar as diferenças nas técnicas silviculturais, de gestão florestal e de práticas de colheita. O curso irá tratar também da sustentabilidade ambiental, social e econômica de operações florestais em condições tropicais envolvendo espécies nativas e plantios com espécies exóticas.

Atividades

O curso começará em Johanesburgo no dia 31 de Maio de 2011, de onde os participantes viajarão para Beira em Moçambique. Em Moçambique, especialistas em Silvicultura Tropical da Universidade Eduardo Mondlane guiarão as visitas a áreas de concessão, unidades de processamento de madeira e projetos de fixação de carbono.

No retorno para a África do Sul, os participantes irão viajar para Pietermaritzburg, na província de KwaZulu-Natal, onde ficarão baseados durante a fase sul-africana do curso. Acompanhados por profissionais locais ligados à indústria florestal e especialistas da Universidade de Stellenbosch. Os participantes terão a oportunidade de visitar diversas operações florestais.

A organização reservará os vôos de São Paulo (GRU) a Johanesburgo no dia 30/Maio e de Johanesburgo a Beira (Moçambique) no dia 31 de Maio de 2011 e de Beira a Durban (via Johanesburgo no dia 4 de Junho de 2011. O vôo de retorno no dia 11/junho de Durban/Johanesburgo/SP (GRU) também será reservado pela organização.

A taxa do curso é de US$ 2000, e inclui acomodação, transporte de ônibus e refeições. O custo total é de US$ 5850 = R$ 10.000,00.O custo inclui estimativa para a passagem de São (GRU) a Johanesburgo, e de Durban a São Paulo (GRU). O valor total a ser cobrado inclui os impostos a serem pagos.

Todos os custos adicionais que sejam particulares, inclusive eventuais gastos médicos, são de responsabilidade do participante, não havendo nenhum ônus para o IPEF ou mesmo para o GIFN - Global industrial Forestry Network.

Inscrições

As inscrições devem ser solicitadas até o dia 25 de Março (data limite para o recebimento das inscrições) para o e-mail: aline@ipef.br. A ficha de inscrição deverá ser preenchida, assinada, digitalizada e devolvida para o e-mail indicado até a data limite (acima indicada).

A participação no evento será confirmada através do pagamento da taxa de inscrição, que deverá ser efetuado por depósito bancário. O prazo para pagamento é 30 de março. As informações de banco, agência e conta serão encaminhadas posteriormente, via e-mail, pelo Setor de Eventos do IPEF.

Fonte: Celulose online

Diálogo traz ciência a debate sobre água e silvicultura

Um dos pontos mais polêmicos de debate entre o setor empresarial e o setor ambientalista acaba de ganhar uma contribuição da ciência para incrementar o grau de conhecimento e o nível da discussão. Afinal, as plantações homogêneas de árvores como eucalipto e pinus são ou não prejudiciais aos recursos hídricos?

As respostas a essa e a diversas outras dúvidas sobre a relação entre água e floresta são apresentadas na publicação “A Silvicultura e a Água: ciência, dogmas, desafios”, de autoria do professor Walter de Paula Lima, do Departamento de Ciências Florestais, da ESALQ/USP, lançada ontem, 17 de junho, na Assembleia Legislativa de São Paulo.

“Do ponto de vista da ciência, os resultados acumulados de inúmeros trabalhos de pesquisa mostram que não existe, necessariamente, antagonismo nenhum entre uma coisa e outra”, resume o professor autor do estudo.

A análise feita por Walter de Paula Lima mostra também que “a alta produtividade destas plantações florestais guarda estreita relação com o consumo de água, o que, de pronto, requer que o planejamento do manejo leve em conta esta evidência, incorporando definitivamente os objetivos de conservação da água, a fim de evitar conflitos”.

Fruto do Diálogo Florestal, iniciativa independente que, desde 2005, busca facilitar a interação e a troca de conhecimento entre os representantes do setor socioambiental e os da indústria de base florestal, a publicação é também o primeiro volume da coleção Cadernos do Diálogo. Com a coleção, os participantes do Diálogo pretendem democratizar o acesso ao conhecimento científico e facilitar a tomada de decisões estratégicas para o desenvolvimento sustentável do país.
Para o Presidente do Conselho de Administração da Fibria, José Luciano Duarte Penido, participante do Diálogo Florestal, a publicação é uma excelente iniciativa, “o diálogo é a melhor forma de a sociedade brasileira encontrar um caminho sensato para questões tão atuais como, por exemplo, a revisão do Código Florestal”.

Na visão de Penido, o diálogo é o caminho para amenizar os discursos radicais que ignoram os pontos positivos do Código Florestal ou que, por outro lado, ignoram a necessidade de modernização da legislação.

Para o diretor executivo do Instituto BioAtlântica, Carlos Alberto Mesquita, também participante do Diálogo, “afirmar que as plantações florestais não necessariamente produzem danos não significa relativizar a questão das florestas, mas, sim, a das bacias hidrográficas”.

Segundo Mesquita, o estudo mostra que cada bacia hidrográfica tem uma dinâmica própria, e a disponibilidade de água não é uma questão apenas de uso do solo, mas um conjunto de fatores, que inclui também as precipitações e o tipo de manejo aplicado às plantações, homogêneas ou não. “Também não é só uma questão de manejo, pois, dependendo das condições hídricas da área, às vezes, nem restauração florestal intensiva com espécies nativas é interessante”, complementa Mesquita, lembrando que todas as florestas em crescimento costumam demandar volumes maiores de água.

Depois de abordar o tema da água, os participantes do Diálogo pretendem produzir uma publicação que agregue conhecimento sobre a questão da interação entre biodiversidade e silvicultura, outro tema polêmico do debate multissetorial.

Distribuída gratuitamente, a publicação “A Silvicultura e a Água: ciência, dogmas, desafios” possui 64 páginas redigidas de forma didática e ilustradas com gráficos e tabelas que facilitam a compreensão do tema.
Clique na figura para baixar o arquivo PDF da publicação. Informações sobre a publicação impressa por favor envie um email para: secretariaexecutiva@dialogoflorestal.org.br

Fonte: 24horasnews

Venda de crédito de carbono com plantio de seringueira

O projeto de plantio de seringueira na Guatemala foi negociado durante a Carbon Expo em Colônia, na Alemanha. A negociação foi entre a empresa “Pica Borracha Natural” da Guatemala e a “First Climate” da Suíça.

O projeto é pioneiro na venda de crédito de carbono com plantio de seringueira, e compreende 2.500 hectares de novos plantios de seringueira, em áreas degradadas ou degradantes, utilizando praticas sustentáveis, com previsão de fixação de 1,2 milhões de dióxido de carbono no período de 20 anos.

Existe muita semelhança entre o projeto aprovado e o Programa “Hevea Ambiente Sustentável” que será lançado ainda no primeiro semestre de 2011, objeto da parceria entre a Minas Hevea e a EPAMIG, que buscará o fomento do plantio da seringueira no Estado de Minas Gerais, visando mudar a situação econômica de várias regiões, com foco na geração de emprego e renda, recuperação de áreas degradadas ou degradantes, preservação do meio ambiente, absorção de carbono da atmosfera e retenção de carbono no solo.

O Programa também abrangerá todo treinamento e formação de mão de obra para a cultura, além de criar incentivos para as práticas ambientalmente corretas, tais como: destinação de embalagens de agrotóxicos, respeito as normas ambientais referentes a APP’s, Reserva Legal e Matas Siliares, respeito as normas trabalhistas, etc.

Já está em andamento a formação de mudas e jardins clonais em diversos locais, sob a coordenação da EPAMIG e MINAS HEVEA.

Fonte: Borracha Natural – Adaptado por Painel Florestal

Veracel oferece uma vaga para engenheiro agrônomo ou florestal

A Veracel oferece uma vaga para engenheiro agrônomo ou florestal, com Mestrado em Fitotecnia (Manejo e Controle de Plantas Daninhas) ou Ciência Florestal. A vaga é para Eunápolis – BA.

O candidato deve ter vivência em Manejo e Controle de Plantas Daninhas, Metodologia de Pesquisa e Estatística Experimental, Redação Científica e Banco de Dados (Access); Fluência no idioma inglês é fator diferencial; Conhecimento do Pacote Office (Word, Excel, PowerPoint e Outlook); Demonstrar possuir as competências Veracel: Foco e orientação para resultados, Relações interpessoais, Trabalho em Equipe.

O interessado deve se candidatar a vaga pelo site:http://www.vagas.com.br/PagVagaDirSS.asp?

quarta-feira, 9 de março de 2011

Obras da usina hidrelétrica de Belo Monte começam na Amazônia

As obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, um projeto gigantesco na floresta amazônica que gerou uma grande polêmica no Brasil por seus possíveis danos ao ecossistema, começaram nesta segunda-feira, informaram fontes oficiais.

O consórcio Norte Energia iniciou os trabalhos do terreno onde será construída a represa, no município de Altamira (estado do Pará) às margens do rio Xingu, um dos principais afluentes do Amazonas, informou a estatal "Agência Brasil".

Belo Monte custará US$ 10,6 bilhões e gerará 11,2 mil megawatts nas épocas de cheia, segundo os cálculos do Governo, por isso que será a terceira maior represa do mundo, atrás da de Três Gargantas (China) e Itaipu, compartilhada por Brasil e Paraguai.

A obra causou receios entre os ecologistas, os camponeses e índios que vivem na região, que temem que se degrade a qualidade das águas o rio Xingu pela imensa parede de cimento que se levantará e que obrigará a inundar cerca de 516 quilômetros quadrados de floresta expulsando de suas casas cerca de 50 mil pessoas.

Há duas semanas, um juiz federal cancelou a permissão prévia às obras porque entendeu que o organismo ambiental do Governo o concedeu de forma apressada, sem que o consórcio de construtoras apresentasse garantias sobre dezenas de requisitos, incluindo os planos para a recuperação das zonas degradadas.

No entanto, outro juiz anulou essa ordem quando o Governo apresentou a apelação e voltou a conceder permissão para o início dos trabalhos desta obra, que as autoridades consideram como essencial para o desenvolvimento da região amazônica.

Os opositores ao projeto advertem que a represa ameaçará 372 espécies de peixes que vivem no rio Xingu e consideram que a obra é demais custosa para o volume de energia que se pode gerar.

Fonte: Uol economia

Relator do novo código florestal busca consenso para votação

Depois de mais de um ano em negociações, o relator do Código Florestal na Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), diz estar disposto a fazer concessões para conseguir definir o texto final do projeto de lei até o dia 23. Diante do tema polêmico para agricultores e ambientalistas, Rebelo busca consenso, mas reconhece que 100% de apoio ao texto é praticamente impossível. “Vou abrir mão de algumas coisas agora para buscar o consenso".

Para os ambientalistas - inclusive dentro do governo - o Código poderá elevar o desmatamento e os acidentes em encostas. Mas, segundo Rebelo, mais barreiras econômicas por motivos ambientais poderiam "quebrar" os agricultores brasileiros, como ocorreu com africanos e mexicanos no passado. Ainda sem citar exatamente onde cederá na área ambiental, o deputado disse ao iG que vai acatar pleitos dos pequenos agricultores no texto final.

Rebelo corre contra o tempo porque, se não aprovar o Código até o meio do ano, quando vence o prazo do Decreto 7.029/2009, mais de 90% das terras rurais do país entrarão na ilegalidade por conta dos limites de degradação de reservas legais impostos pela norma, prevê. Para acelerar essa tramitação e buscar o consenso, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) instalou na quarta-feira uma Câmara de Negociações sobre o assunto.

Fonte: iG Brasília/Adaptado por Celulose Online

Secretaria da Agricultura do PR e Embrapa buscam mais parcerias para desenvolver setor florestal

O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, recebeu na sexta-feira (04) o chefe-geral da Embrapa Florestas, com sede em Colombo, Helton Damin da Silva, para discutir estratégias e ações articuladas para o desenvolvimento florestal do Estado. Foi a primeira reunião entre a Seab e Embrapa com o objetivo de envolver diversos segmentos para execução da proposta.

Também participaram do encontro o diretor-geral da Seab, Otamir César Martins, o diretor do Deagro (Departamento de Desenvolvimento Agropecuário), Rômulo de Assis Lima, e os pesquisadores da Embrapa Floresta, Edson Tadeu Iede e Erich Schaitza, que já foi secretário executivo do Programa de Gestão Ambiental, da Secretaria da Agricultura.

De acordo com o chefe da Embrapa Florestas, a empresa já vem desenvolvendo algumas parcerias na área de pesquisas com outros Estados visando o desenvolvimento florestal. “Podemos estabelecer um programa conjunto envolvendo as Secretarias da Agricultura, do Meio Ambiente e a da Ciência e Tecnologia, além de outros segmentos - como cooperativas, universidades, associações de produtores florestais e outras instituições públicas e privadas - para mudar o quadro do setor florestal”, disse Helton Damin da Silva.

De acordo com ele, há um campo fértil para trabalhar essa ideia, e o Paraná pode sair na frente de outros Estados que também estão carentes de área florestal.

O secretário Norberto Ortigara gostou da proposta e lembrou que faz parte do Programa de Governo do Estado fortalecer o setor florestal que tem como meta aumentar a área em 800 mil hectares.

“Há carência de madeira, seja para celulose, para a indústria moveleira ou para a construção civil, e é preciso rever essa situação com urgência”, diz Ortigara. O Plano de Governo - observa - já prevê o incentivo de plantio de florestas na região noroeste e em outras áreas degradadas do Estado, envolvendo nesta missão a Emater e outras instituições. “A contribuição da Embrapa Florestas nesse momento é valiosa para dar consistência à esses projetos”, explica o secretário.

O VBP (Valor Bruto de Produção) de Florestas em 2009 foi de R$ 2,8 milhões, o que corresponde a 7,65% do VBP total do Estado.

No final do encontro ficou decidido que uma nova reunião deve acontecer ainda neste mês de março, com a participação de todo o setor produtivo florestal para a realização de um diagnóstico das necessidades, elaborar o programa de atuação conjunta e formalizar o início da parceria.

Fonte: Painel Florestal

Bom preço internacional da borracha estimula setor no Brasil


Segundo produtores e empresários da região noroeste do Estado de São Paulo, o preço da borracha nunca esteve tão atrativo. No mercado internacional, a cotação do produto valorizou mais de 60% no último ano. No campo, ganha mais quem produz o látex, a borracha no estado líquido, que tem maior valor no mercado.

Mas no Brasil a produção é baixa. A maioria dos produtores prefere um processo de extração mais simples, que resulta a borracha conhecida como coágulo. Esse é o produto que vai para o mercado de pneus. Ganha menos quem produz assim. No entanto, com o aquecimento do mercado, na verdade ninguém sai perdendo.

Se tivesse mais matéria-prima, a usina do produtor rural Jason Passos, que fica em Buritama (SP), a 500 quilômetros da Capital, não pararia um minuto só. O proprietário trabalha com a parte mais nobre da borracha: o látex, matéria-prima de produtos como luvas cirúrgicas e preservativos.

Metade do que chega à indústria dele vem de produtores da região. Mas Jason produz um pouco também. O seringal fica do lado da fábrica. De lá, extrai até 12 toneladas por ano.

– Hoje a usina trabalha com 50% da capacidade de produção por falta de matéria-prima. E tudo que a usina produz imediatamente é consumido pelas indústrias – diz Jason.

O látex parece leite quando sai da indústria. Até chegar ao aspecto final, passa por um processo químico que usa várias substâncias. Uma delas é a amônia, que evita que o látex fique sólido.

– Para o produtor, é mais compensador produzir o látex do que a borracha. O produtor de látex consegue um rendimento de 20% a 25% a mais do que a borracha – explica Jason.

A produtora Maria Teresa Soubhia é uma das fornecedoras de Jason. Ela tem oito hectares em produção e extrai até 30 toneladas de látex por ano. Na safra 2008/2009, vendia o quilo por R$ 0,90. O preço triplicou, diz ela, que consegue agora até R$ 2,70 o quilo. O negócio está tão bom que Maria Teresa já pensa até em aumentar o seringal.

– Nós temos já plantados 10 mil pés que começam a sangrar agora, e temos a intenção de plantar mais sem dúvida, porque não tem opção melhor que isto – afirma Maria.

Jason explica que, como a borracha é uma commodity, a demanda é muito maior que a oferta.

– A demanda basicamente está sendo comandada pela China. Ou seja, a China está comprando tudo o que é borracha que existe no mundo – explica Jason.

Diferente da produção extrativista de borracha como é feito tradicionalmente na Amazônia, a atividade comercial em São Paulo tem pouco mais de 40 anos. O Estado é o maior produtor do país. De lá, saem 90% da produção nacional.

Tempo

Quem entra neste mercado precisa investir e esperar. Uma seringueira leva sete anos pra produzir. O cultivo de um hectare exige pelo menos R$ 15 mil de investimento.

– O pequeno produtor pode plantar se tiver incentivo de financiamento. Ele pode plantar em dois alqueires e viver daquilo na sua terrinha. Ou você pode plantar muito. Eu acho maravilhoso. Fixa o homem no campo, gera emprego. É claro que pequenos precisam de financiamento. E esse é o lado em que a gente está esperando um respaldo – conclui Teresa.

A produção de borracha brasileira, tanto a beneficiada como o látex quanto na forma de coágulo, é insuficiente para a demanda de consumo. Dois terços do que usamos são importados. Principalmente da Malásia, um dos países que mais produz no mundo. Além da Malásia, Tailândia e Indonésia concentram 90% da produção mundial de borracha.

Fonte: Remade

quinta-feira, 3 de março de 2011

Klabin implanta novo sistema de controle em Santa Catarina


Por Candia Lemos

A Klabin, produtora de papéis e cartões para embalagens, embalagens de papelão ondulado e sacos industriais do País, vai dar início em março à primeira fase de implantação de uma plataforma única do sistema de controle distribuído em sua unidade de Correia Pinto, em Santa Catarina. A implantação deve ser finalizada em novembro deste ano e será realizada pela Metso.

A medida visa garantir o processo de produção da celulose por meio de um inovador sistema de controle e segurança digital (DCS), desenvolvido pela Metso. As áreas de cozimento, máquina de papel e linha de recuperação, por exemplo, já eram operadas por um SDCD metsoDNA, mas não estavam integradas, o que será possível com a nova plataforma. Já os sistemas das áreas de Utilidades e linha de fibra, entregues na década de 90 por outro fornecedor, estavam obsoletos e serão substituídos.

O trabalho teve início há três anos, quando a Metso realizou uma análise e rastreamento dos riscos envolvidos para a fábrica com um sistema operacional muito antigo.

Maximilian Heid Fuller, gerente nacional de vendas da Metso, explica que o diagnóstico teve a ajuda de especialistas da Finlândia, que deram suporte na fabricação de um novo sistema operacional. “Decidimos fabricar o equipamento por nossa conta, para atender imediatamente a Klabin no caso de parada do sistema atualmente instalado”, afirma.

A parceria entre as duas empresas já acontece há alguns anos. Em 1996, a Metso forneceu um sistema de controle de qualidade (QCS) e algumas malhas de controle para a máquina de papel MP16. Posteriormente, em meados de 2000, esse sistema, foi ampliado, passando de um sistema de qualidade (QCS) para um sistema de controle distribuído completo (SDCD), agora responsável pelo controle operacional da máquina MP16. Já na área do Cozimento, também no ano de 2000, foram instalados o SDCD da Metso, junto com a implantação de outros controles avançados de processo.

Em 2004, após as melhorias de processo alcançadas, também foi implantado na área de recuperação um SDCD. Esses sistemas têm melhorado de forma eficiente os processos de fabricação de celulose e papel e proporcionam um rápido retorno do investimento.

Sadi Oliveira, diretor industrial da Unidade de Papéis da Klabin, em Santa Catarina, lembra que a decisão de implantar um novo sistema de controle partiu da necessidade da companhia de desenvolver continuamente processos e qualidade dos produtos.

“Avanços recentes em tecnologia possibilitaram o desenvolvimento de novos métodos, juntamente com as medições de analisadores online. A integração da planta da unidade de Correia Pinto (SC) da Klabin tem o objetivo de obter maior eficiência, com possibilidade de conectar diversas áreas, transformando os dados disponíveis em controles e informações de valor gerencial”, afirma Oliveira.

Segundo o diretor industrial, além da atualização tecnológica, havia a necessidade de implantar sistemas de controles que permitissem a integração entre diferentes áreas operacionais. “A partir desta implantação é possível analisar e realizar estratégias, ajudando a otimizar a planta como um todo, o ritmo de produção e a linha de fibras”, diz.

Para se ajustar a operação do novo sistema todo o pessoal de operação e manutenção será treinado. “Dessa forma, será possível utilizar todas as ferramentas disponíveis para uma eficiência operacional”, afirma Sadi Oliveira.


Fonte: Celulose Online

Há terras disponíveis para ampliar a produção sem aumentar o desmatamento

Trabalhos científicos contestam premissas de relatório de Aldo Rebelo sobre Código Florestal e mostram que área agrícola poderia dobrar com adoção de tecnologias simples e sem a abertura de novas áreas.

Estudo ainda inédito de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) confirma que existem terras suficientes no Brasil para multiplicar a produção agropecuária sem que seja necessário expandir o desmatamento. De acordo com o trabalho, o aumento da produtividade da pecuária permitiria diminuir a área de pastagens e liberaria até 69 milhões de hectares para a agricultura, diminuindo a demanda pela abertura de novas áreas.

Os 69 milhões de hectares equivalem aos territórios somados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Usar todas essas terras significaria dobrar a área agrícola brasileira.

Coordenado pelo pesquisador Gerd Sparovek, o trabalho defende que a adoção de tecnologias simples já difundidas no País, como a divisão e rotação de pastos, possibilitaria ampliar a lotação média das fazendas de gado, considerada muito baixa no Brasil, de pouco mais de uma cabeça por hectare para quase duas. Assim, seriam liberadas áreas para a agricultura.

"Toda a discussão sobre as mudanças do Código Florestal deveria passar pela rediscussão da pecuária extensiva no Brasil", afirmou Sparovek durante seminário, na terça-feira passada (22/2), onde foi apresentado o levantamento, que deve ser publicado neste mês. No evento, realizado na Câmara dos Deputados para discutir as mudanças no código, Sparoveck revelou que existiriam 103 milhões de hectares com vegetação nativa disponíveis para desmatamento regular de acordo com a lei atual - território maior que o Mato Grosso. O pesquisador disse que a mudança proposta para a legislação precisa incluir, além da sua aplicabilidade, o debate sobre como proteger as terras ainda disponíveis para desmate legal.

A pesquisa não trata de situações regionais e casos específicos, mas reforça a tese de que programas de grande escala de planejamento territorial, assistência técnica e incentivo à regularização ambiental podem manter o ritmo de crescimento da agropecuária sem a necessidade de ampliar a fronteira agrícola. O desafio seria conciliar a alocação de terras para a produção agropecuária, exploração florestal e conservação.

Informações do Censo Agropecuário 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o último realizado no País, apontam que um quinto do território nacional (ou 158 milhões de hectares) é ocupado por pastagens. Deste total, quase 20% estão em terras de alta ou média aptidão para lavouras, segundo Sparovek.

Para os pesquisadores da Esalq, a intensificação da pecuária seria suficiente para manter o rebanho nacional em patamares adequados à demanda dos mercados nacional e internacional. Traria também como consequências a produção de carne de melhor qualidade, estabilidade de preços, redução nas emissões de gases de efeito estufa e menor degradação do solo.

O estudo mostra que o polêmico relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) sobre as mudanças do Código Florestal pode desproteger definitivamente 43 milhões de hectares de Áreas de Preservação Permanente (APP) e 42 milhões de hectares em Reservas Legais (RL) que foram desmatados ilegalmente. Assim, regularizaria a situação dos proprietários dessas áreas.

RL é a fração de toda propriedade rural que não pode ser desmatada e varia de 20% a 80%, dependendo do bioma. No bioma amazônico, esse percentual é hoje de 80%. A APP é a faixa de vegetação situada ao longo de corpos de água, no topo de morros e em encostas, que também não pode ser eliminada segundo a lei.

Estudo da SBPC e ABC

No mesmo seminário, também foram apresentados alguns dos resultados de outro estudo sobre as alterações propostas para o Código elaborado por um grupo de especialistas reunido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). Os pesquisadores que participaram do evento rechaçaram as principais propostas contidas no relatório de Rebelo, como reduzir as APPs e anistiar quem desmatou ilegalmente (Saiba mais).

A pesquisa do grupo da SBPC e da ABC está sendo finalizada e deve ser divulgada em 15 dias. O sumário executivo já está disponível (acesse aqui). Nele, os cientistas defendem um “planejamento criterioso na ocupação agrícola, com adoção de práticas de manejo conservacionista” de forma que o “potencial de uso dos recursos naturais seja otimizado, ao mesmo tempo que sua disponibilidade seja garantida para as gerações futuras”.

Ambos os estudos põem por terra algumas das principais premissas do relatório de Rebelo, como a ideia de que a aplicação do Código Florestal atravanca o desenvolvimento agropecuário. O trabalho da SBPC e da ABC, por exemplo, lembra que o Brasil tornou-se um dos maiores exportadores agrícolas do mundo com base em grandes saltos de produtividade e na conversão de pastagens em cultivos – e não na ampliação da fronteira agrícola. Entre 1975 e 2010, enquanto a área plantada aumentou mais de 45%, a produção cresceu 268% no Brasil. A produtividade média mais que dobrou, passando de 1.258 kg/ha, em 1977, para 3.000 kg/ha, em 2010.

A pesquisa aponta que ainda existe bom potencial para intensificação do uso do solo, mesmo em regiões onde o seu grau é considerado acima da média nacional, como no Centro-oeste, Sudeste e no Sul. Projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) indicam que, entre 2010 e 2020, a taxa anual média de crescimento da produção das lavouras será de 2,67%, enquanto a área plantada subirá apenas 0,45% ao ano, passando de 60 milhões de hectares para 69,7 milhões de hectares.

Fonte: ISA - Instituto Socioambiental

Agricultores de PE produzem a própria lenha

Câmara de Negociação analisará mudanças no Código Florestal

Marcelo Castelli assume presidência da Fibria em julho


A Fibria anunciou, nessa quarta-feira (2), uma troca na presidência da fabricante de papel e celulose a partir de 1 de julho. Carlos Aguiar, que preside a empresa desde sua criação, em setembro de 2009, passará o cargo para o executivo Marcelo Strufaldi Castelli, que atualmente é diretor de operações florestais, suprimentos, papel e estratégia.

Após completar a transição de seu cargo, Carlos Aguiar assumirá uma posição no conselho de administração da companhia a partir de 2012.

Fonte: Valor – Adaptado por Painel Florestal