sexta-feira, 3 de junho de 2011

Viana: Floresta não é problema, é solução

Nomeado nesta semana como relator do Código Florestal, o senador Jorge Viana (PT-AC) tem na sua história política a proximidade com questões ambientais. Amigo do líder seringueiro Chico Mendes e da ex-ministra Marina Silva, Viana foi governador do Acre por dois mandatos e procurou sempre vender a ideia de uma economia verde. É com este histórico que ele pretende atuar na discussão do projeto que tem oposto ruralistas e ambientalistas no país.

Em entrevista exclusiva ao estadão.com.br, o senador diz que seu trabalho será para reparar o tom das discussões na Câmara. "A floresta não pode ser vista como um problema. A floresta é a solução, é uma vantagem econômica". Viana promete buscar entendimento com a bancada ruralista para resolver a situação de áreas rurais que estão sob insegurança jurídica, mas deixa claro que não pretende manter no texto qualquer brecha para anistia a quem fez desmatamento ilegal.

Como o senhor pretende trabalhar para chegar ao seu relatório sobre o Código Florestal?

Esse tema é da maior importância, é um marco regulatório. O Brasil é um país tropical, que tem a maior área de floresta tropical do mundo. Somando os diferentes biomas a gente chega a quase meio bilhão de hectares. Nós temos 20% da água doce do planeta. Mesmo sendo um país com esses números, o Brasil participa com apenas 4% do PIB vinculado a florestas no mundo.

Ou seja, o Brasil ainda não começou a trabalhar economicamente as florestas, não podemos trabalhar a reforma do código florestal sem entender que floresta é a vantagem comparativa que o Brasil tem. O Brasil tem o privilégio de ter acima do solo um potencial econômico em que trabalhamos muito pouco.

A linha que o senhor pretende trabalhar é que a floresta deve ser vista como uma vantagem e não como um problema?

Eu acho que tem um reparo a ser feito nessa discussão do código florestal. A floresta não pode ser visto como um problema. A floresta é a solução, é uma vantagem econômica. Para ser objetivo, pragmático, a discussão de cada dez anos sobre código florestal está muito mais vinculada em encontrar uma maneira de resolver passivo do que qualquer outra coisa. Isso tem que ser encarado como uma realidade.

E como se resolve esse passivo?

Tem uma insegurança jurídica nas propriedades pequenas, médias e grandes em razão das alterações que a legislação ambiental sofreu nos últimos anos. Isso tem que ser resolvido. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Estes produtos não podem viver numa insegurança jurídica por conta do lugar em que são produzidos.

Temos que encontrar uma maneira de dar segurança jurídica para os proprietários, estender a mão para eles através de uma lei bem feita, objetiva, para que quem queira sair da ilegalidade possa vir para a legalidade. Tudo isso tem de ser feito sem anistia para desmatadores e sem que você comprometa as APPs (Áreas de Preservação Permanente) futuramente. O código tem 69 artigos, já tem boa base de entendimento, seja do governo, do Congresso e dos diferentes setores da sociedade e tem uns pontos que merecem atenção. Em vez de começar do zero, temos que começar pelos pontos que podem aperfeiçoar a proposta.

O senhor já conseguiu mapear que pontos necessitam de mudança?

Não estou querendo entrar ainda nas discussões de mérito, mas eu ouvi dos senadores Waldemir Moka (PMDB-MT), Luiz Henrique (PMDB-SC) e Blairo Maggi (PR-MT) dizendo que para os produtores rurais a proposta votada pela Câmara é muito melhor do que aquela de 2010. Eles reconhecem que os produtores rurais ganharam muito com o código e eles reconhecem que temos de fazer um ajuste para que o meio ambiente não saia perdendo.

O ponto central é este, se o meio ambiente perde os produtores vão perder, os produtos brasileiros vão perder segurança no mercado internacional, vão sofrer boicote. Então, até em defesa da agropecuária brasileira temos de fazer um trabalho de cuidar do meio ambiente, especialmente das áreas de APPs e reserva legal.

É fundamental que o Brasil continue avançando no sentido de ganhar o respeito dos brasileiros e do mundo inteiro por fazer leis ambientais rígidas, com compromisso com as gerações atuais e futuras. O Brasil não pode trocar este espaço que ocupou para se tornar um país que está modificando a legislação deixando uma insegurança para o meio ambiente e as riquezas ambientais que nós temos.

Seria uma temeridade fazer isso. Eu acredito no entendimento, não são mais de cinco ou seis pontos, todos eles vinculados a gente não fazer anistia, não passar a mão na cabeça daqueles que fizeram o desmatamento de forma proposital, separando estes dos que estão em situação irregular porque a lei mudou. Nós precisamos também separar a agricultura familiar, estes produtores não podem ficar sem um tratamento diferenciado, tendo em vista que a atividade deles é de baixo impacto ambiental.

O relator na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), insistia que não havia anistia no projeto. O senhor enxerga diferente o texto aprovado na Câmara?

Eu estive com o deputado Aldo. Ele fez um trabalho de dois anos, andou o Brasil inteiro. Este trabalho tem que ser respeitado, mas houve um acirramento muito grande, o debate ficou acalorado demais e de certa forma na reta final da votação o próprio deputado Aldo me dizia que algumas propostas que dariam uma clareza ao texto ficaram fora. Algumas propostas que poderiam deixar o texto melhor posicionado em relação a APPs e reserva legal não ficaram claros porque houve acirramento. Uma das questões é que quando você fala de APPs, no jeito que o texto está, ficam dúvidas se pode ou não desenvolver novas atividades econômicas em área de APP. Para muitos técnicos, especialistas e juristas o texto permite, isso significa que você pode estimular novas atividades econômicas em APPs.

Permitir novas atividades econômicas seria dar permissão para desmatar?

O texto deixa dúvidas se você pode fazer a substituição ou desmate em floresta nativa e partir para novas atividades econômicas em áreas de APP. O Congresso tem uma responsabilidade e acredito que vamos conseguir avançar é que não podemos passar a mão na cabeça daqueles que desmataram fora da lei em detrimento de quem agiu dentro da lei. Não é uma coisa ou outra. A lei tem que criar condições para que as pessoas possam fazer a regularização ambiental a partir de um compromisso de recomposição do que foi danificado. A lei já avançou muito.

Na Câmara, houve um acirramento. O que impede que isso se repita no Senado?

Houve certo desencontro, até mesmo com a chegada do governo no tema, que deu uma importante contribuição. A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) ajudou bastante, o deputado Aldo reconhece, mas houve um excessivo acirramento que eu espero que aqui no Senado a gente tenha um excesso de entendimento. Temos que discutir melhor o tema das cidades porque elas são hoje a expressão do que significa você destruir áreas de APP.

Nas cidades, nenhum córrego foi canalizado, nenhuma encosta deixou de ser ocupada e estamos pagando o preço com vidas humanas. Se isso não for equalizado, nós vamos continuar contando os mortos. Vamos ouvir climatologistas, comunidade cientifica, pessoas do agronegócio e dar tratamento privilegiado àqueles da produção familiar. Vamos ouvir também os ex-ministros do Meio Ambiente, discutir com pessoas da agricultura.

O senhor tem uma história de parceria com a ex-ministra Marina Silva. Como ela pode ajudar nesse debate?

Ela está ajudando quando ela faz os alertas, apresenta ideias e propostas, com a experiência de vida que ela tem, uma experiência exemplar, como a experiência de ministério que ela tem. Ela conseguiu grandes avanços junto com o ex-ministro Carlos Minc. Mas eu não vou me prender só a ela.

Uma pessoa que eu tenho ótima relação é o José Carlos Carvalho, ligado ao PSDB, que foi ministro e ex-secretário em Minas Gerais, o ex-ministro Rubens Ricupero, todos os que passaram ajudaram a construir essa credibilidade que o Brasil construiu depois do descrédito dos anos 80. Este é um patrimônio nosso. Não podemos deixar isso. Se o equilíbrio for encontrado, o agronegócio vai ganhar e o meio ambiente não vai perder.

Na Câmara, PT e PMDB se dividiram na questão do código. Agora, o senhor relata o tema na Comissão de Meio Ambiente e o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) vai relatar em outras duas. Como evitar um novo conflito?

Já tive boas conversas com senador Luiz Henrique e outras lideranças do PMDB. Aqui no Senado não tem clima para acontecer o desencontro que houve dentro da base do governo entre PT e PMDB. Ao contrário, a gente quer ver se trabalhar junto. Obviamente que uns defendem mais um lado, outros defendem mais o outro, mas todos nós defendemos o entendimento.

Fonte: Midia News

Famílias receberão pagamento por preservação florestal

Tirar a população da situação de extrema pobreza e proteger o meio ambiente. É isso que o Governo Federal vai fazer com a criação do Programa de Apoio à Conservação Ambiental (Bolsa Verde), iniciativa que vai pagar R$ 300, a cada trimestre, pelos serviços de proteção do meio ambiente. A meta é atender mais de 76 mil famílias, em 2014.

O Bolsa Verde faz parte do Plano Brasil Sem Miséria, lançado nesta quinta-feira (02/06), pela presidenta Dilma Rousseff, em Brasília. Com a meta de retirar 16,2 milhões de brasileiros da situação de extrema pobreza, com transferência de renda, acesso a serviços públicos, nas áreas de educação, saúde, assistência social, saneamento e energia elétrica e inclusão produtiva.

Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o Bolsa Verde é o incentivo à conservação dos ecossistemas brasileiros. Além disso, o programa promove a cidadania de quem vive na floresta e melhora a condição de vida dessas famílias que vivem em situação de extrema pobreza. O valor será transferido por meio do cartão do Bolsa Família

Atividades sustentáveis
De acordo com o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Roberto Vizentin do MMA, o Bolsa Verde pretende conciliar a manutenção da floresta em pé com a renda das famílias que protegem o meio ambiente.

"Essa população depende mais da manutenção dos recursos naturais para as necessidades básicas e prover renda. A atividade ilegal resolve temporariamente mas depois acaba e essas pessoas não terão de onde tirar renda. Por isso, é preciso evitar que se acabe com o bem natural", explicou.

Proteção de Áreas de Preservação Permanente, extrativismo com base em boas práticas e pesca com manejo adequado são algumas das atividades de preservação ambiental que serão contempladas pelo Bolsa Verde. O Governo Federal vai definir ainda este mês os serviços ambientais que receberão pagamento do programa.

"O programa é um incentivo para a preservação. Isso não impede de se fazer o roçado, plantar mandioca, milho, desde que seja sustentável", disse Vizentin.

As atividades de proteção ambiental podem ser desenvolvidas em florestas nacionais, reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável, além de projetos de assentamento florestal, de desenvolvimento sustentável e de assentamentos extrativistas do Incra.

Para participar do Bolsa Verde, é preciso que o responsável pela família beneficiada se cadastre no Programa de Apoio à Conservação Ambiental, mantido pelo Ministério do Meio Ambiente. O Governo Federal vai até as famílias para incluí-las nos programas de erradicação da pobreza extrema.

O comitê do Bolsa Verde terá a participação de membros das três esferas de governo, de movimentos sociais e extrativistas, com a coordenação do MMA. Ainda neste mês, serão criados o cadastro da população que se enquadra no programa e a regulamentação das atividades de proteção ambiental.

Para Vizentin, as experiências do MMA mostram que a participação de movimentos sociais é importante para que o Bolsa Verde chegue ao público do programa.

Os serviços ambientais prestados pelas famílias que vivem na floresta são inúmeros e atinge toda a população. A criação e manutenção de unidades de conservação impediu a emissão de 2,8 bilhões de toneladas de carbono, 9% da água captada de consumo humano são de Unidade de Conservação.

Brasil Sem Miséria
O Brasil Sem Miséria é direcionado aos brasileiros que vivem em lares cuja renda familiar é de até R$ 70 por pessoa. Do público alvo, 59% estão no Nordeste, 40% têm até 14 anos e 47% vivem na área rural.

Brasil Sem Miséria vai localizar as famílias extremamente pobres e incluí-las de forma integrada nos mais diversos programas de acordo com as suas necessidades. Para isso, o governo seguirá os mapas de extrema pobreza produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

http://www.brasilsemmiseria.gov.br/

Os números do Brasil sem Miséria
Retirar 16,2 milhões da extrema pobreza
Renda familiar de até R$ 70 por pessoa
59% do público alvo está no Nordeste, 40% tem até 14 anos e 47% vivem na área rural
Qualificar 1,7 milhão de pessoas entre 18 e 65 anos
Capacitar e fortalecer a participação na coleta seletiva de 60 mil catadores até 2014
Viabilizar a infraestrutura para 280 mil catadores e incrementar 100 redes de comercialização
Aumentar em quatro vezes, elevando para 255 mil, o número de agricultores familiares, em situação de extrema pobreza, atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Equipe de 11 técnicos para cada mil famílias de agricultores
Fomento semestral de R$ 2,4 mil por família, durante dois anos, para apoiar a produção e a comercialização excedente dos alimentos
253 mil famílias receberão sementes e insumos
600 mil famílias terão cisternas para produção
257 mil receberão energia elétrica
Construir cisternas para 750 mil famílias nos próximos dois anos e meio
Implantação de sistemas complementares e coletivos de abastecimento para 272 mil famílias
Bolsa Verde: R$ 300 para preservação ambiental
Bolsa Família incluirá 800 mil
Mais 1,3 milhão de crianças e adolescentes incluídos no Bolsa Família

Fonte: Ambiente Já

Senado pode votar Código Florestal em 45 dias, diz Kátia Abreu

A presidenta da Confederação Nacional da Agricultura(CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), afirmou hoje (2) que o Senado tem condições de votar o Código Florestal dentro de 45 dias, antes do recesso do Legislativo. Ela criticou o prazo estimado pelo governo de estender por 180 dias a discussão na Casa Legislativa.

“Eu acho lamentável 180 dias, não tem necessidade disso. Mesmo porque o Senado começou a debater o assunto antes da matéria chegar. A grande maioria dos senadores está ciente do que está acontecendo. Nós gostaríamos muito de votar antes do recesso [de julho], se o Senado compreender nossa situação, nossa angústia e o desespero no campo. Eu já vi votarem coisas em três dias no Congresso Nacional de muito menos interesse do que isso.”

Kátia Abreu defendeu que a tramitação do Código Florestal termine na Comissão de Agricultura e não na de Meio Ambiente, conforme quer o governo. Ela alegou que já existe acordo nesse sentido. “O presidente do Senado é José Sarney. Ele é do PMDB e escolheu como a última comissão, onde está a relatoria de seu partido.”

A senadora foi homenageada hoje durante entrega do prêmio Destaques A Lavoura 2010, na sede da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), no Rio.

Fonte: Jornal do Brasil

Código Florestal: Avanço ou retrocesso?

Estudo divulgado pela Universidade de São Paulo (USP) indica que caso o texto do novo Código Florestal, seja aprovado no Senado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff, as mudanças nas regras de preservação de mata nativa vão permitir que cerca de 22 milhões de hectares sejam derrubados dentro da lei. “Se aprovado o novo Código Florestal permitirá o desmatamento da mata nativa em área equivalente ao Estado do Paraná”, revela o estudo. Os cálculos foram feitos pelo professor Gerd Sparovek, do Departamento de Solos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, com base no texto do relator Aldo Rebelo (PC do B-SP) e na emenda 164, aprovados na Câmara no final de maio. A conta leva em consideração a dispensa de recuperação da reserva legal, que é a área, dentro das propriedades rurais, que deve ser mantida com vegetação nativa e varia de 20% a 80% das terras.

Retrocesso

Para a engenheira agrônoma, Ana Lúcia Hanisch, extencionista e pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a aprovação do novo Código, do ponto de vista científico, é um grande retrocesso. “Não existe base científica nenhuma, é um desrespeito ao futuro do País e aos compromissos internacionais que assumimos.” Segundo ela, a aprovação na Câmara dos Deputados foi um jogo de poder entre a bancada governista e a oposição. “Esperávamos um pouco mais de bom senso para com o meio ambiente”. Ana Lúcia comenta que muitos parlamentares levaram em conta os problemas agropecuários de seus Estados. “Porém, a forma como foi criado fez com que os pequenos proprietários, contribuíssem, de certa forma, para beneficiar os grandes produtores e pessoas que não dependem da agricultura”, explica. Ela concorda que a agricultura familiar deveria se tratada de maneira diferenciada. “Mas isso não aconteceu. O novo Código vai comprometer de forma grave o ecossistema, isso trará sérias consequências, como excesso de chuvas, ou seca, problemas com polinização, controle de pragas, erosão do solo e perda na produtividade”, alerta.

Veto

Ana Lúcia considera que se for aprovado e sancionado, o novo Código Florestal fará um desserviço para a sociedade. “É uma lei ambiental que não se preocupa com o meio ambiente, só com a agricultura, é mais uma lei agrícola do que ambiental”, destaca. Para ela, o código de 1964, já é bastante atual e é considerado de vanguarda. “O que precisamos é incorporar a recuperação das áreas que estão afetadas”, destaca.
A pesquisadora acredita que devido aos compromissos internacionais com preservação ambiental assumidos pelo Brasil e também por questões de bom senso, a presidente irá vetar o novo Código. “O caminho agora é esclarecer a população com apoio das organizações e da agricultura familiar e mostrar que existem maneiras de produzir adequadamente, aproveitando de forma equilibrada a reserva legal dentro da propriedade.”
O engenheiro agrônomo Gilson José Pedrassani, destaca que é importante entender que o texto aprovado pode sofrer e provavelmente sofrerá, alterações no Senado. “Ou seja, para se transformar em lei deve ser aprovado no Senado e depois vai para sanção presidencial. Somente depois dessa tramitação é que entrará em vigência”, diz. Para Pedrassani, seria importante e um avanço para o setor agrosilvopastoril se a proposta das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) consolidadas fosse mantida e estendida aos Estados o poder de decisão sobre elas. “Importante lembrar também, que o prazo para averbação das áreas de reserva legal a margem dos registros imobiliários não foi prorrogado, permanecendo a data limite de 11 de junho. Após essa data, os proprietários ficam sujeitos a autuações, inclusive com multa diária”, alerta.

Fonte: Correio do Norte Online

quinta-feira, 19 de maio de 2011

SDS lança programa de controle de desmatamento e cadastro ambiental no Sul do Amazonas

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) lança a partir desta quinta-feira (19) os programas de “Prevenção e Controle do Desmatamento no Sul do Amazonas e Regularização Ambiental/Cadastro Ambiental Rural – CAR”.

A titular da SDS, Nádia Ferreira, se deslocou nesta manhã para o município de Lábrea, acompanhada de representantes das esferas federal e estadual para reunir com produtores e pecuaristas da região.

Nesta sexta-feira (20), será a vez do município de Humaitá, e no sábado (21), a equipe estará no município de Manicoré, na região de Matupi.

A ação já aconteceu nos municípios de Boca do Acre, em abril deste ano, e Apuí, no início deste mês.

A atividade faz parte de uma ação em conjunto entre Governo Federal e Estadual que lançaram o programa “Desmatamento Ilegal Zero”, incorporando estratégias para reduzir os índices de desmatamento no Sul do Estado.

Produtores e pecuaristas assinarão um Termo de Compromisso que permite a adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro eletrônico dos imóveis rurais junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), de sua área total, declarando as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a proposta de Área de Reserva Legal (ARL), localizada em seu interior, com vista à regularização ambiental.

Já o “Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento no Amazonas”, elaborado pelo Governo do Amazonas, prevê ações atuando sob 4 eixos: Ordenamento Territorial; Controle Ambiental; Fomento à Atividades Produtivas Sustentáveis; e Governança. Nas ações do Plano estão previstas atividades de prevenção, fiscalização e ampliação das ações de créditos. O Plano contará com recursos do Fundo Amazônia (BNDES), a ser aplicado em três anos (2011-2013), num valor estimado em cerca de R$ 20 milhões.

Fonte: A crítica

Virada sustentável em Sampa

A 1ª Virada Sustentável de São Paulo, evento cultural com atividades ligadas aos temas de sustentabilidade, deve levar a capital paulista mais de 300 atrações. O evento está previsto para os dias 4 e 5 de junho (quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia), em 60 locais espalhados pela cidade.

A programação para o primeiro dia será aberta às 8h00 e segue até a meia-noite. No dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia, serão doze horas de atividades, todas gratuitas. Mostra de filmes, exposições, oficinas educativas, palestras e teatro infantil, são algumas das atrações anunciadas pelos oorganizadores.

Você pode conferir a programação completa, a partir de segunda-feira (23), no endereço:www.viradasustentavel.com

MP lança ofensiva para interromper ação de grileiros


Dados da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) apontam que, só este ano, houve 40 registros de loteamentos irregulares em Jacarepaguá, no Recreio e nas Vargens. Na 19ª Promotoria de Investigação Penal, foram instaurados 52 inquéritos, desde o final de 2008, para apurar a situação de posseiros e grileiros que praticam os crimes de parcelamento ilegal do solo e estelionato e vendem as áreas a terceiros. O Ministério Público (MP) estadual lançou uma cruzada contra os loteadores da Zona Oeste. Nas duas últimas semanas, quatro terrenos foram inspecionados, mas a conclusão dos casos depende de laudos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). E a ofensiva vai continuar. A promotora Christiane Monnerat diz que a intenção não é tirar a casa de ninguém, mas evitar novos crimes:

— O objetivo é deter os loteadores clandestinos. São áreas enormes. Normalmente, gozam de falsa aura de legalidade e levam à proliferação de habitações edificadas sem critérios mínimos de segurança e desprovidas de infraestrutura — explica.

Na terça-feira da semana passada, O GLOBO-Barra acompanhou uma operação da DPMA e da 32 DP (Jacarepaguá) em dois loteamentos que estão sendo investigados pelo MP por suspeita de parcelamento ilegal do solo, crime ambiental e estelionato. Perto dos limites do Parque Estadual da Pedra Branca, o condomínio Floresta Parque, na Taquara, abriga cerca de 50 casas e conta ainda com outras dez em construção.

Situação semelhante ocorre na Estrada da Boiuna, no Tanque. Segundo peritos da DPMA, há suspeita de que cerca de cem casas tenham sido construídas naquela área, num loteamento irregular. Os imóveis são oferecidos por R$ 55 mil e, segundo o vendedor, vêm com escritura.

Em 29 de abril, houve uma operação no condomínio Planície do Araguaia, na Estrada Vereador Alceu de Carvalho, no Recreio. O loteamento fica ao lado do condomínio Planície do Recreio, que tinha como um dos responsáveis o ex-delegado da Polícia Civil Renato Caravita de Araújo, preso desde o ano passado. O MP agora aguarda a conclusão do inquérito da DPMA para oferecer a denúncia. Em 2008, a prefeitura já concluíra que os dois residenciais eram irregulares. No mesmo dia, foram inspecionados os loteamentos Brito 1 e Brito 2, na Estrada do Sossego 55, na Taquara. O inquérito foi instaurado em agosto de 2010 e, segundo Christiane, há suspeita dos mesmos crimes.

Além das investigações, o MP está de olho em casos que já estão sendo julgados. Em janeiro deste ano, o órgão ofereceu denúncia contra Marcos Antonio Amui dos Santos e outros dois réus. Eles são acusados de parcelamento clandestino do solo urbano, crime ambiental e crime contra a economia popular no condomínio Vivendas em Sossego, dois lotes de aproximadamente 23 mil metros quadrados localizados na Rua Paulo José Mahfud 20, em Vargem Pequena. O MP chegou a pedir a prisão preventiva de Santos, mas ela foi negada em fevereiro.

O MP denunciou também João Domingos Machado Fernandes, em setembro passado, por parcelamento ilegal do solo e crime ambiental. Ele seria o responsável, desde dezembro de 2005, por dividir sem autorização lotes na Estrada dos Bandeirantes 9.514, em Jacarepaguá, e vendê-los como parte do Loteamento Verde Mar, de 55.137,32 metros quadrados. O denunciado destruiu ainda uma área de proteção ambiental na Pedra Branca e extraiu recursos minerais sem licença, diz o MP. A segunda atividade foi flagrada em vistoria de 24 de março de 2010.

Fonte: O Globo